Líder republicano pede que Senado dos EUA corrija caso de impeachment "tóxico"
O principal republicano do Senado dos Estados Unidos pediu nesta quinta-feira aos seus colegas senadores que corrijam o que ele chamou de impeachment "tóxico" do presidente Donald Trump, enviando o sinal mais forte até agora de que os parlamentares não vão remover Trump do cargo.
Em um ataque áspero, o líder da Maioria no Senado, Mitch McConnell, acusou a Câmara dos Deputados, controlada pelos democratas, de sucumbir a "paixões transitórias e faccionalismo" quando votou, na quarta-feira, pelo avanço do impeachment contra Trump por acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso.
Trump, apenas o terceiro presidente dos EUA a sofrer impeachment, provavelmente será julgado no Senado no início de janeiro por acusações relacionadas a tentativas de pressionar a Ucrânia a investigar o inimigo político democrata Joe Biden.
Não estava claro exatamente como será o julgamento ou quando acontecerá. A presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, disse na quinta-feira que não enviará o caso ao Senado até que tenha uma noção dos parâmetros do julgamento, declaração vista como um esforço para obter concessões para os democratas, que querem depoimentos de testemunhas de alto nível que possam embaraçar Trump.
Os republicanos controlam o Senado, de 100 membros, e nenhum deles indicou a disposição de remover Trump, que buscará a reeleição em novembro de 2020.
Ao classificar a votação de impeachment como "desleixada", McConnell deixou claro que não acha que o Senado deveria considerar Trump culpado.
"A votação não refletiu o que foi provado. Apenas reflete como eles se sentem em relação ao presidente. O Senado precisa consertar isso", disse McConnell no plenário do Senado.
"Esta Câmara dos Deputados em particular deixou essa ira partidária contra este presidente em particular criar um novo precedente tóxico que irá repercutir no futuro", afirmou ele.
McConnell já disse que está trabalhando em conjunto com a Casa Branca nos preparativos para o julgamento, sendo acusado pelos democratas de estar ignorando seu dever de considerar as evidências de maneira imparcial.
O deputado Steny Hoyer, o segundo democrata na Câmara, disse à MSNBC que os democratas estão preocupados com a possibilidade de McConnell não permitir um julgamento completo.
"É muito difícil acreditar que Mitch McConnell possa levantar a mão direita e se comprometer a ser imparcial", afirmou Hoyer.