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Kast, 'Bolsonaro chileno', confirma favoritismo e é novo presidente eleito do Chile

O candidato de direita José Antonio Kast foi eleito presidente do Chile, após uma vitória expressiva sobre a candidata comunista Jeannette Jara, que reconheceu a derrota.

14 dez 2025 - 19h16
(atualizado às 20h31)
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José Antonio Kast candidatou-se à presidência pela terceira vez em 2025.
José Antonio Kast candidatou-se à presidência pela terceira vez em 2025.
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O candidato de direita José Antonio Kast foi eleito presidente do Chile, após uma vitória expressiva sobre a candidata comunista Jeannette Jara.

Com 95% dos votos apurados, Kast tem 58% dos votos, ante 41% de Jara, que no mês passado foi a candidata mais votada no primeiro turno.

Jara reconheceu a derrota.

"A democracia falou alto e claro. Acabei de falar com o presidente eleito José Antonio Kast para desejar-lhe sucesso para o bem do Chile", escreveu ela em sua conta no Twitter.

Estas são as primeiras eleições presidenciais no Chile em que o voto é obrigatório.

Kast parece ter capitalizado a transferência de votos de candidatos de direita derrotados no primeiro turno, tendo garantido o apoio do libertário Johannes Kaiser e de Evelyn Matthei, representantes da direita mais tradicional.

Entre as incertezas que cercavam esta eleição estava o destino dos votos dos mais de cinco milhões de chilenos que foram obrigados a votar pela primeira vez.

Os chilenos votaram no segundo turno da eleição presidencial neste domingo.
Os chilenos votaram no segundo turno da eleição presidencial neste domingo.
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Nesse contexto, o advogado José Antonio Kast, líder da extrema-direita e fundador do Partido Republicano, concorria à presidência pela terceira vez com uma plataforma de "linha dura contra o crime", focada em segurança e combate à imigração ilegal, além de cortes nos gastos públicos.

Já Jara, ex-ministra do Trabalho do atual governo, representava uma aliança que reúne todos os setores da esquerda e do centro-esquerda chilenos.

Ela chegou ao segundo turno após vencer o primeiro, com uma mensagem centrada em maior acesso a programas de proteção social e medidas para lidar com as questões de segurança e imigração, duas prioridades para os chilenos.

Ambos tentaram conquistar o apoio dos eleitores que se consideram mais próximos ao centro político, em uma eleição histórica marcada pelo forte antagonismo entre os modelos sociais que cada um defende.

Jannette Jara havia conquistado a maioria dos votos no primeiro turno, em novembro.
Jannette Jara havia conquistado a maioria dos votos no primeiro turno, em novembro.
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Mas Kast, em sua terceira tentativa, foi o vencedor incontestável e confirmou a guinada à direita do Chile após quatro anos de governo de esquerda sob Gabriel Boric.

"Ele obteve uma vitória clara", reconheceu Boric a Kast durante a tradicional ligação telefônica entre o presidente cessante e o presidente eleito.

Kast assumirá o poder em 11 de março de 2026.

Nascido há 59 anos em Paine, na região metropolitana de Santiago, Kast é o caçula de dez filhos de um casal alemão que emigrou para o Chile após a Segunda Guerra Mundial.

O passado de seu pai, Michael Kast, durante a guerra tem sido alvo de controvérsia.

Kast afirmou que seu pai se alistou no exército alemão sob coação para evitar um possível julgamento militar e execução.

"Nossa história familiar está tão distante do nazismo quanto se possa imaginar", declarou ele durante a campanha de 2021.

No entanto, investigações jornalísticas posteriores indicaram que Michael Kast foi membro do partido nazista de Adolf Hitler aos 18 anos, segundo um documento de 1942 dos Arquivos Federais da Alemanha.

Embora haja dúvidas se é a mesma pessoa, o local e a data de nascimento coincidem com os do pai do candidato chileno.

Casado com a advogada María Pía Adriasola, com quem tem nove filhos, e próximo ao movimento católico conservador de Schoenstatt, Kast também rejeitou o rótulo de "extrema-direita" que frequentemente lhe é atribuído.

No entanto, ele defendeu o regime militar de Augusto Pinochet (1973-1990) e chegou a afirmar que, se Pinochet estivesse vivo, teria votado nele.

Seu irmão mais velho, Miguel Kast, foi ministro e presidente do Banco Central durante o governo militar, um regime que cometeu graves violações de direitos humanos, incluindo tortura, assassinato e o desaparecimento de milhares de pessoas.

Kast negou aprovar tais abusos, embora também tenha gerado controvérsia desde sua primeira candidatura à presidência ao afirmar, por exemplo, que "muitas coisas foram feitas pelos direitos humanos de outros durante o governo militar".

Ele também sustentou que, diferentemente do que aconteceu em Cuba, Venezuela e Nicarágua, o Chile vivenciou uma "transição para a democracia" sob Pinochet.

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