Israel anuncia abertura 'permanente' de passagem em Gaza para entrada de ajuda humanitária
Israel anunciou nesta quarta-feira (12) a abertura de uma passagem em sua fronteira com o norte de Gaza. O objetivo é permitir a entrada de ajuda humanitária fornecida pela ONU e outras organizações internacionais.
"A passagem de Zikim foi aberta hoje para a entrada de caminhões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza", anunciou o COGAT, órgão do Ministério da Defesa de Israel responsável por questões relacionadas aos civis nos territórios palestinos.
Segundo um porta-voz do COGAT, a passagem ficará aberta "permanentemente", como a de Kerem Shalom, no sul de Gaza, por onde passam a maioria dos comboios desde o início da guerra em outubro de 2023. O COGAT também informou que a ajuda humanitária que entra por Zikim será submetida aos controles normais de segurança antes de os mantimentos e medicamentos ingressarem no território palestino.
O posto de Zikim está localizado no norte do território palestino, próximo a áreas onde a situação humanitária é particularmente crítica em razão das operações militares realizadas na região, incluindo a ofensiva israelense em larga escala contra a cidade de Gaza em setembro.
Esse ponto de passagem havia sido aberto anteriormente de forma pontual, principalmente para o envio de ajuda do Programa Mundial de Alimentos (PMA). No entanto, desde o último 12 de setembro, a ONU indicou que não conseguia mais enviar seus carregamentos ao norte de Gaza devido ao fechamento da passagem.
Dificuldade para entrada de ajuda
Os rígidos controles de segurança de Israel e a lista de restrições a um grande número de produtos dificultam a entrada de ajuda no território palestino, segundo os trabalhadores humanitários. Uma vez dentro de Gaza, encaminhar os mantimentos e medicamentos ao destino final se complica devido à destruição de grande parte da infraestrutura no território e ao risco de saques.
"A abertura de passagens diretas ao norte é vital para garantir que ajuda suficiente chegue às pessoas o mais rápido possível", destacou o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), em um relatório recente.
Em agosto, o IPC, a entidade de segurança alimentar vinculada à ONU, confirmou em agosto que o norte de Gaza enfrentava condições de fome. No entanto, o COGAT rejeitou a acusação.
Com AFP