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Mundo

Irã convida Boeing a participar de inquérito sobre avião

País persa negou que aeronave tenha sido abatida por míssil

10 jan 2020 - 08h11
(atualizado às 08h26)
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O governo do Irã convidou especialistas da Boeing a participarem do inquérito sobre a queda de um avião da Ukraine International Airlines (UIA) nos arredores de Teerã, capital do país, na madrugada da última quarta-feira (8).

Memorial no aeroporto de Kiev homenageia vítimas de desastre aéreo no Irã
Memorial no aeroporto de Kiev homenageia vítimas de desastre aéreo no Irã
Foto: EPA / Ansa - Brasil

O convite chega após relatórios de inteligência do Canadá e dos Estados Unidos terem apontado que a aeronave, um Boeing 737-800, foi abatida por um sistema de defesa antiaérea iraniano, provavelmente por engano.

Nas primeiras horas após a tragédia, o governo da nação persa havia dito que não entregaria as caixas-pretas do avião à Boeing.

"Segundo normas internacionais, podem participar do inquérito representantes da aviação civil do país que emitiu o certificado de voo, o proprietário da companhia, o fabricante do avião e o do motor. Um delegado ucraniano já está no Irã. Convidamos a companhia Boeing a enviar um representante para participar do processo de análise dos dados das caixas-pretas", disse Ali Rabiei, porta-voz do governo, por meio de uma nota.

Ele também afirmou que será "bem-vinda" a participação de todos os países que "perderam os próprios cidadãos" no acidente. Entre os 176 mortos estão 82 iranianos, 63 canadenses, 11 ucranianos, 10 suecos, quatro afegãos, três britânicos e três alemães.

Em uma coletiva de imprensa, o presidente do órgão de aviação civil do Irã, Ali Abedzadeh, rebateu as acusações de potências ocidentais e garantiu que o avião não foi abatido por um míssil. "As informações das caixas-pretas são absolutamente cruciais, e qualquer declaração dada antes que os dados sejam extraídos não representa um parecer de especialista", disse Abedzadeh.

O jornal The New York Times publicou um vídeo que mostraria o avião sendo atingido pelo míssil. Segundo o diário, a aeronave não explodiu e ainda continuou voando por alguns instantes, mas, em chamas, não conseguiu voltar ao aeroporto e caiu.

Se confirmado o abatimento por engano, não terá sido a primeira vez que uma tragédia do tipo acontece no Irã. Em julho de 1988, um navio da Marinha dos Estados Unidos derrubou um avião da Iran Air que fazia a rota entre Teerã e Dubai, no Estreito de Ormuz.

Todas as 290 pessoas a bordo morreram, incluindo 254 iranianos. A explicação oficial é de que o capitão da embarcação americana confundiu a aeronave com um caça militar.

Ansa - Brasil   
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