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Indígenas do Peru buscam ajuda do papa sobre templo inca tomado durante colonização

18 jan 2018 - 12h05
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Em sua viagem de 2015 à Bolívia, o papa Francisco pediu perdão pelos "graves pecados" cometidos contra povos nativos das Américas em nome da Igreja Católica.

Homem observa templo inca de Coricancha, em Cuzco, no Peru 15/02/2010 REUTERS/Enrique Castro-Mendivil
Homem observa templo inca de Coricancha, em Cuzco, no Peru 15/02/2010 REUTERS/Enrique Castro-Mendivil
Foto: Reuters

No Peru nesta semana, ele será solicitado a ir um passo além e se desculpar pela tomada pela Igreja no século 16 do tempo mais sagrado do Império Inca: Coricancha.

Praticantes de rituais indígenas andinos querem a ajuda do papa para assegurar acesso mais amplo ao templo na cidade peruana de Cusco, antiga capital do Império Inca e coração de uma próspera indústria turística construída sobre o rico passado pré-colombiano da região.

Os espanhóis demoliram grande parte do templo original de Coricancha após roubarem seu ouro há cerca de 500 anos, construindo a Igreja de Santo Domingo no topo das ruínas como parte de uma prática comum na época de transformar locais sagrados nativos em católicos.

As sofisticadas construções de pedras dos incas ainda são visíveis na base da Igreja de Santo Domingo, que cobra dos turistas para visitas a Coricancha.

O Hatun Ayllu, um dos grupos que assinou uma carta entregue a representantes do papa antes de sua visita ao Peru, que começa nesta quinta-feira, disse que permitir que rituais nativos sejam retomados regularmente em Coricancha transformaria o gesto papal de arrependimento em verdadeira reparação por crimes passados.

"Cusco foi conquistada pela cruz e pela espada", disse Enrique Riversos, representante do Hatun Ayllu. "Mas refletir sobre isso não é suficiente. É hora de devolver ao povo indígena o que pertence a ele".

A Igreja de Santo Domingo e representantes do papa no Peru não responderam de imediato a pedidos de comentários.

Embora Francisco tenha pedido perdão por erros "durante a chamada conquista da América", ele não expressou explicitamente arrependimento pela evangelização do povo indígena.

Riveros e outros que acreditam em deuses nativos se reuniram em um local sagrado de Lima nesta semana para fazer oferendas à Terra, em uma tradição que sobreviveu apesar da maioria católica do Peru.

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