Gaza é alvo de intensos bombardeios israelenses após visita de secretário de Estado dos EUA a Israel
Na rede social X, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, confirmou nesta manhã que "Gaza está em chamas"
Israel intensificou bombardeios em Gaza após visita de secretário de Estado dos EUA, resultando em dezenas de mortos e ampliação da ofensiva terrestre; Washington reiterou apoio incondicional a Israel e pressionou por uma trégua com prazo limitado.
A cidade de Gaza, no norte do território palestino, foi alvo de violentos bombardeios israelenses na noite de segunda-feira (15) para terça-feira (16), poucas horas após a visita do secretário de Estado americano a Israel. Antes de embarcar para o Catar nesta manhã, Marco Rubio comentou a ofensiva, advertindo que o Hamas tem poucos dias para aceitar um acordo de trégua. Na rede social X, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, confirmou nesta manhã que "Gaza está em chamas".
Com informações de Michel Paul e Frédérique Misslin da RFI em Jerusalém, e AFP
Israel Katz afirmou que o exército israelense está atacando infraestruturas terroristas "com punho de ferro". Segundo ele, os soldados lutam bravamente para criar as condições necessárias para a libertação dos reféns e a derrota do Hamas. O ministro prometeu que Israel não irá recuar "até que a missão esteja concluída".
De acordo com várias testemunhas, bombardeios "massivos e incessantes" atingiram bairros residenciais durante a noite. "Há muitas pessoas presas sob os escombros e é possível ouvir seus gritos", relatou Ahmed Ghazal, um morador de 25 anos, à AFP. "Corri para a rua, até o local do ataque, onde três casas de um bloco residencial foram completamente destruídas."
O correspondente da RFI em Jerusalém, Michel Paul, ouviu diversas pessoas que afirmam ter visto ataques de helicópteros de combate e filas de tanques nas ruas da maior cidade do enclave palestino.
Mortos e feridos
O porta-voz da Defesa Civil da Faixa de Gaza, Mahmoud Bassal, denunciou um "massacre de grandes proporções", com o número de mortos, feridos e desaparecidos "em constante aumento". A organização informou que 49 palestinos foram mortos na segunda-feira, mais da metade deles na cidade de Gaza. O exército israelense intensificou os ataques com o objetivo de tomar o controle total da área.
Autoridades israelenses confirmaram nesta terça-feira à CNN e ao site americano Axios que a ofensiva terrestre havia começado. Diversas famílias de israelenses mantidos como reféns pelo Hamas em Gaza passaram a noite em frente à residência do primeiro-ministro de Israel, temendo pela vida de seus entes queridos diante da intensificação da ofensiva terrestre, relata Frédérique Misslin, enviada especial da RFI em Jerusalém.
Apoio "incondicional" dos EUA
Poucas horas antes do início dos ataques, o secretário de Estado americano Marco Rubio, em visita a Jerusalém, reiterou o "apoio incondicional" de Washington a Israel e pediu a "eliminação" do Hamas. Ele se mostrou pessimista quanto à possibilidade de uma solução diplomática para Gaza, chamando os militantes do grupo islâmico palestino de "animais bárbaros".
Antes de deixar Israel rumo ao Catar, onde desembarcou nesta terça-feira, Rubio afirmou que o Hamas tem "muito pouco tempo" para aceitar um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. Com a intensificação da ofensiva israelense, "não temos mais meses, mas provavelmente alguns dias, talvez semanas" para que uma trégua possa ser alcançada, acrescentou.
Em Doha, Marco Rubio pedirá que o país continue mediando os diálogos em prol de um cessar-fogo em Gaza. O Catar, parceiro estratégico de Washington, ameaça encerrar sua mediação após o ataque israelense de 9 de setembro contra líderes do Hamas. O secretário de Estado americano irá "reafirmar o apoio total dos Estados Unidos à segurança e soberania do Catar".
Na segunda-feira, o presidente Donald Trump garantiu a jornalistas no Salão Oval que Israel "não atacará o Catar".
