PUBLICIDADE

Estados Unidos

Jovem, coautor de discursos de Obama diz ter sofrido preconceito de colegas

Jon Favreau, 32 anos, escreveu os discursos do presidente durante oito anos; hoje "aposentado", ele se dedica a um seriado sobre a Casa Branca

8 out 2013 - 10h11
(atualizado às 10h58)
Compartilhar
Exibir comentários

Jon Favreau ajudou a escrever a maioria dos discursos do presidente Barack Obama durante oito anos. Durante esse período, sempre achou que sua vida daria um filme. Ou pelo menos um seriado. Favreau, 32 anos, foi um dos mais jovens a ocupar o cargo de Diretor de Discursos na Casa Branca. E desde que se aposentou do cargo, no início deste ano, está escrevendo o roteiro para uma série de televisão sobre os bastidores desta experiência.

Jon Favreau, 32 anos, foi um dos mais jovens a ocuparem o cargo de Diretor de Discursos na Casa Branca
Jon Favreau, 32 anos, foi um dos mais jovens a ocuparem o cargo de Diretor de Discursos na Casa Branca
Foto: Carla Ruas / Especial para Terra

Ao falar com alunos das universidades de Washington, Favreau garantiu que não vai faltar assunto para cada episódio. Ele conheceu Barack Obama quando tinha apenas 23 anos, durante a Convenção Democrata de 2004. Na época ele trabalhava para John Kerry, então candidato à presidência, e foi encarregado de pedir para o senador Barack Obama mudar parte do seu discurso porque estava muito parecido com o de Kerry.

“Eu tive que interromper Barack Obama, que estava ensaiando o discurso que iria abrir o evento, e pedir que mudasse o seu texto. Obama chegou bem pertinho do meu rosto, e disse, brincando: 'Você está querendo dizer que eu tenho que tirar a minha frase preferida do discurso?'”.

Naquele momento nasceu uma parceria que durou oito anos, na qual Favreau escrevia uma primeira versão dos discursos, que depois recebiam o toque pessoal de Barack Obama. A colaboração continuou durante a campanha presidencial de 2007, e seguiu para dentro da Casa Branca, onde ele se tornou um dos braços direitos do presidente. Obama chamava-o carinhosamente de "Fav" e dizia que ele tinha o poder de "ler a sua mente".

Um dos momentos mais marcantes desta época foi escrever o discurso cheio de piadas que Obama fez um dia antes da ação que matou Bin Laden, durante jantar de correspondentes da Casa Branca. Favreau não entendia por que o presidente queria tirar do texto uma piada muito engraçada com o nome do terrorista. "Só fui entender no dia seguinte, quando pediram para eu escrever uma nota para a imprensa sobre a morte de Bin Laden".

<p>Jon Favreau conversa com Obama no Salão Oval da Casa Branca, em foto de abril de 2009</p>
Jon Favreau conversa com Obama no Salão Oval da Casa Branca, em foto de abril de 2009
Foto: White House/Pete Souza / AFP

Por outro lado, também tem lembranças ruins do seu trabalho para a presidência. Muitas vezes ele sentia preconceito de outros funcionários devido à sua pouca idade: "Às vezes os assessores perguntavam para Obama, na minha frente, se tinha mesmo necessidade para eu estar presente na reunião. Eu tentava não dar muita importância", disse.

A desconfiança da equipe surgiu, em parte, porque a imprensa publicou uma foto de Favreau tocando nos seios de um cartaz de Hillary Clinton, em 2008. Dois anos depois, ele virou manchete novamente ao se embebedar com amigos em Washington e posar para fotos sem camisa. Na época, a Casa Branca lidava com o vazamento de petróleo no Golfo do México, e a oposição questionou a maturidade da equipe que cercava o presidente. 

&amp;amp;amp;amp;amp;amp;amp;lt;a data-cke-saved-href=&amp;amp;amp;amp;amp;amp;quot;http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/reportagem-internacional/iframe2.htm&amp;amp;amp;amp;amp;amp;quot; href=&amp;amp;amp;amp;amp;amp;quot;http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/reportagem-internacional/iframe2.htm&amp;amp;amp;amp;amp;amp;quot;&amp;amp;amp;amp;amp;amp;amp;gt;veja o infogr&amp;amp;amp;amp;amp;amp;aacute;fico&amp;amp;amp;amp;amp;amp;amp;lt;/a&amp;amp;amp;amp;amp;amp;amp;gt;

Não está claro se essas experiências vão fazer parte do seriado, que vai contar a história de um grupo de jovens que ajudam a eleger um presidente. Mas ele garante que quer mostrar o que realmente acontece em Washington. "Eu quero criar uma série não tão idealista como The West Wing (Nos Bastidores do Poder) e nem tão cínica como House of Cards", disse. O seu objetivo é inspirar jovens a seguir carreira na política.

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade