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Estados Unidos

Baltimore mantém frágil calmaria à espera de repostas sobre morte de homem

29 abr 2015 - 20h11
(atualizado às 20h11)
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Recuperando-se da pior agitação civil em décadas, a cidade norte-americana de Baltimore mantinha uma relativa calma nesta quarta-feira, embora a polícia tenha desfeito as expectativas de que divulgaria ainda nesta semana um relatório sobre a morte de um homem negro de 25 anos, incidente que provocou as manifestações.

Manifestantes protestam em Manhattan, Nova York, pedindo justiça racial, econômica e social nesta quarta-feira. 29/04/2015
Manifestantes protestam em Manhattan, Nova York, pedindo justiça racial, econômica e social nesta quarta-feira. 29/04/2015
Foto: Mike Segar / Reuters

Os cidadãos ainda esperavam por respostas sobre o que aconteceu com Freddie Gray, que morreu após sofrer lesões na coluna enquanto estava sob custódia da polícia, enquanto continuavam a destacar a necessidade de reformas nas práticas policiais numa cidade de maioria negra.

A violência em Baltimore provocou a reação de autoridades nacionais, da nova procuradora-geral, Loretta Lynch, à pré-candidata democrata à Presidência, Hillary Clinton, que prometeram nesta quarta-feira trabalhar pela melhoria da aplicação da lei e da justiça criminal em comunidades de minorias em todo o país.

Baltimore é o lugar mais recente a trazer à tona o renovado debate sobre questões raciais nos EUA, instigado por mortes ao longo do último ano de homens negros pelas mãos de policiais em Nova York; Ferguson, no Estado do Missouri; Cleveland, em Ohio; e em outros lugares.

A polícia disse que vai concluir a investigação sobre a morte de Gray até sexta-feira. Numa entrevista coletiva nesta quarta-feira, o porta-voz da polícia, capitão Eric Kowalczyk, afirmou que as conclusões do inquérito não serão divulgadas ao público.

"Não podemos divulgar todas as informações sobre essa investigação ao público, porque se houver uma decisão pela acusação em qualquer dos acontecimentos, por parte da promotoria do Estado, a integridade da investigação deve ser protegida", disse Kowalczyk.

O Departamento de Justiça está conduzindo um inquérito separado sobre possíveis violações dos direitos civis.

MULTIDÃO SE REÚNE

Com a polícia e a Guarda Nacional patrulhando as ruas de Baltimore, as escolas e o comércio reabriram na cidade de 620 mil habitantes, dois dias depois de protestos, saques e incêndios terem deixado 20 policiais feridos e levado à prisão de 250 pessoas.

Um toque de recolher com validade de uma semana foi decretado a partir da última terça-feira, auxiliando os policiais na contenção da violência. A polícia disse que 35 pessoas foram presas desde então.

Uma multidão se reuniu na tarde desta quarta-feira para uma passeata até a prefeitura, e a polícia pediu calma, afirmando esperar um grande número de manifestantes. Protestos de solidariedade foram organizados em Nova York, Cleveland e Minneapolis.

Enquanto a cidade voltava à normalidade, moradores dos bairros mais afetados manifestavam frustração com a polícia e expressaram o desejo de ver pelo menos alguns dos oficiais que prenderam Gray responsabilizados.

"Não precisa ser todos, não quero que nos contem alguma história. Queremos saber a verdade", disse Kevin Eaton, um músico de 52 anos.

(Por Scott Malone, Ian Simpson e Warren Strobel, com reportagem adicional de Steve Ginsburg)

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