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Mundo

Em mensagem pela paz, Papa condena aumento de despesas militares

Pontífice alertou para 'perspectivas dramáticas' para trabalho

21 dez 2021 - 09h12
(atualizado às 09h45)
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O Vaticano divulgou nesta terça-feira (21) a mensagem do papa Francisco pelo Dia Mundial da Paz de 2022, celebrado em 1º de janeiro, em que o líder católico volta a criticar a queda nos investimentos em educação e o aumento nas despesas militares em todo o mundo.

Papa Francisco voltou a criticar o aumento nas despesas militares em todo o mundo
Papa Francisco voltou a criticar o aumento nas despesas militares em todo o mundo
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

"Nos últimos anos, diminuiu sensivelmente, em todo o mundo, o orçamento para a instrução e a educação, considerada mais despesa do que investimento. Porém, elas constituem os vetores primários de um desenvolvimento humano integral: tornam a pessoa mais livre e responsável e são indispensáveis para a defesa e a promoção da paz", diz o Pontífice.

"As despesas militares, ao contrário, aumentaram e superaram o nível registrado no fim da Guerra Fria, e parecem que estão destinadas a crescer de maneira exorbitante. É bastante oportuno e urgente que aqueles que têm responsabilidades de governo elaborem políticas públicas e façam uma inversão na relação entre investimentos públicos na educação e os fundos destinados aos armamentos", pontuou.

Para Francisco, o processo real para que haja um desarmamento internacional "não vai causar nada além de benefícios ao desenvolvimento dos povos e das nações, liberando recursos financeiros que devem ser empregados de maneira mais apropriada para a saúde, a escola, a infraestrutura, o cuidado com o território e assim por diante".

É preciso ainda, destaca, focar no desenvolvimento do "humano integral" e que entende que é necessário proteger a natureza.

Outra parte da mensagem foca na questão do trabalho e alerta para os efeitos da pandemia de Covid-19 no setor, especialmente, para os mais pobres.

"A pandemia de Covid-19 agravou a situação do mundo do trabalho, que estava já enfrentando múltiplos desafios. Milhões de atividades econômicas e produtivas faliram: os trabalhadores precários estão sempre mais vulneráveis; muitos daqueles que desenvolvem serviços essenciais foram ainda mais escondidos da consciência pública e política; a educação a distância, em muitos casos, gerou uma regressão na aprendizagem e nos percursos escolásticos", ressaltou.

Além disso, "os jovens que entram no mercado profissional e os adultos que caíram no desemprego enfrentam hoje perspectivas dramáticas". Em particular, destaca ainda Jorge Mario Bergoglio, que "o impacto da crise sobre a economia informal, que muito envolve os trabalhadores migrantes, foi devastador".

"Muitos deles não são reconhecidos pelas leis nacionais, como se não existissem. Vivem em condições muito precárias, expostos a várias formas de escravidão e privados de um sistema de bem-estar social que os protejam. Além disso, atualmente, só um terço da população mundial em idade apta para trabalhar vive em um sistema de proteção social ou pode usar dele de forma limitada", acrescentou.

O Papa ainda pediu que as pessoas tenham acesso a "um trabalho digno" que isso, além de melhorar a vida delas e de seus familiares, diminui a violência e a criminalidade. .

Ansa - Brasil   
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