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Coreia do Norte faz teste nuclear e anuncia ter bomba H pronta para lançamento

Artefato testado neste domingo poderia ser transportado por mísseis de longo alcance, segundo país asiático

3 set 2017 - 07h15
(atualizado às 08h59)
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Líder norte-coreano (no centro) aparece perto ao lado da suposta nova bomba do país
Líder norte-coreano (no centro) aparece perto ao lado da suposta nova bomba do país
Foto: BBC News Brasil

A Coreia do Norte anunciou a realização bem-sucedida de um teste nuclear com uma bomba que poderia ser transportada por um míssil de longo alcance.

Horas depois de sismógrafos terem detectado um tremor no território do país asiático, suas autoridades emitiram um comunicado informando que o sexto teste nuclear de sua história fora um "perfeito sucesso".

Segundo Pyongyang, a arma testada foi uma bomba termonuclear, cujo potencial destrutivo é muito maior que o de bombas atômicas.

Para analistas internacionais, é um sinal claro de que a capacidade nuclerar norte-coreana está avançando, ainda que as afirmações do governo sobre sua disponibilidade para uso devam ser tratada com precaução.

O último teste realizado pela Coreia do Norte foi em setembro do ano passado, mais uma vez em desafio a resoluções da ONU. Nos últimos meses, o país disse ter desenvolvido mísseis capazes de atingir o território dos EUA e, na semana passada, disparou um foguete que voou sobre o Japão.

Autoridades da Coreia do Sul disseram que o teste foi realizado no campo de Punggye-ri e que o "terremoto artificial" gerado pela explosão foi quase 10 vezes mais poderoso que o detectado no teste de setembro.

Horas antes, Pyongyang anunciara ter desenvolvido uma bomba de hidrogênio miniatura para ser usada em mísseis. O líder do país comunista, Kim Jong-un, apareceu em fotografias ao lado do que a mídia estatal disse ser um novo tipo de artefato nuclear.

O regime isolacionista norte-coreano já fez afirmações do gênero antes, mas especialistas em armamentos nucleares questionaram a veracidade dos comentários. Há ainda quem duvide da capacidade do país para desenvolver uma bomba de hidrogênio, cujo processo é muito mais complicado que o de um bomba atômica.

O que parece clara é a disposição de Pyongyang de mostrar seu poderio militar.

País realizou uma série de testes com mísseis nos últimos meses
País realizou uma série de testes com mísseis nos últimos meses
Foto: BBC News Brasil

"A assinatura sísmica desta bomba tem magnitude maior que a de outros testes. De acordo com as informações que temos, não é definitivo que uma bomba termonuclear tenha sido testada, mas é uma possibilidade", disse à BBC Catherine Dill, especialista do Centro James Martin para Estudos de Não-Proliferação, em Washington.

Bombas de hidrogênio usam um processo de fusão nuclear, em que átomos são aglutinados para liberar incríveis quantidade de energia - maiores que as de bombas atômicas, baseadas no processo de fissão nuclear, em que os núcleos de átomos são "partidos".

Reações

O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, pediu a resposta "mais forte possível" para o teste nuclear, incluindo mais sanções do Conselho de Segurança da ONU. A China, o maior aliado da Coreia do Norte, condenou o teste.

"A Coreia do Norte ignorou a oposição da comunidade internacional ao fazer um novo teste nuclear. O governo chinês expressa sua condenação veemente", disse Pequim, por meio de um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.

Teste foi anunciado pela TV estatal
Teste foi anunciado pela TV estatal
Foto: BBC News Brasil

A Agência Internacional de Energia Nuclear classificou o teste como "um ato lamentável".

Como responder?

O especialista em assuntos de defesa da BBC, Jonathan Marcus, explica o quão complexa é a situação:

"Apesar de todas as sanções e as ameaças do governo americano, a Coreia do Norte não vai parar seu programa nuclear. Mais preocupante ainda é que o programa parece estar progredindo mais rápido do que muitos esperavam. Até agora, todos os esforços para pressionar a Coreia do Norte falharam".

Mais sanções poderiam aumentar a pressão sobre o regime, mais ao mesmo tempo desestabilizar o país, algo a que a China - não apenas o maior aliado de Pyongyang, mas seu vizinho - se opõe.

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