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China censura foto de atletas se abraçando por causa de números em uniformes

No ângulo da foto, números acabaram fazendo referência ao massacre da Praça da Paz Celestial

4 out 2023 - 11h36
(atualizado às 11h54)
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China censura imagem de atletas se abraçando devido a números em uniformes
China censura imagem de atletas se abraçando devido a números em uniformes
Foto: Reprodução/X:@whyyoutouzhele

Uma fotografia de duas atletas chinesas abraçadas após uma corrida foi censurada nas redes sociais chinesas porque as numerações dos uniformes formaram, sem querer, uma referência ao massacre da Praça da Paz Celestial, que ocorreu em 1989. As informações são do site The Guardian

Lin Yuwei e Wu Yanni, participantes da final feminina dos 100m com barreiras, se abraçaram após a corrida nos Jogos Asiáticos, em Hangzhou, na China. Lin conquistou o ouro na corrida com o tempo de 12,74 segundos. Uma fotografia das duas mulheres de perfil mostrava o número da pista de Lin, 6, ao lado do número da pista de Wu, 4.

Conforme o The Guardian, "6/4" é uma referência comum ao massacre, e todas as dicussões sobre os assassinatos e os protestos que os precederam são estritamente controlados na China, com uma ampla gama de referências rotineiramente apagadas da internet chinesa. 

No caso das atletas, uma postagem que mencionava ambas se abraçando passou a mostrar quadrados cinzas onde deveria estar a fotografia. No entanto, a censura não foi abrangente. Alguns artigos de notícias chineses mostraram fotos delas se abraçando, incluindo os números das pistas.

O massacre ocorreu 4 de junho de 1989. Naquele dia, a China encerrou de forma brutal o protesto em massa por liberdade e democracia, na Praça da Paz Celestial (Tiananmen). A violência militar teve um saldo de 3,6 mil mortos e 60 mil feridos.

No Weibo, uma das maiores plataformas de redes sociais da China, as postagens de internautas comuns mostrando os quadrados acinzentados do abraço “6/4” de Wu e Lin, tiveram poucos comentários. Um usuário escreveu: “Os Jogos Asiáticos de 1989”.

Em 2017, o Weibo informou que empregava 1 mil 'supervisores' para reportar conteúdos 'pornográficos, ilegais e prejudiciais'.

Fonte: Redação Terra
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