Bento XVI e João Paulo II: onde os papas estão enterrados e por que Francisco ficará em lugar diferente
O primeiro papa latino-americano será sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, igreja dedicada a Maria
O papa Francisco faleceu aos 88 anos após sofrer um AVC e insuficiência cardíaca. Antes de sua morte, ele expressou desejo por um sepultamento simples na Basílica de Santa Maria Maggiore.
Antes de sua morte nesta segunda-feira, 21, aos 88 anos, o papa Francisco declarou que gostaria de ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, igreja dedicada a Maria, Mãe de Deus, localizada em Roma, na Itália. Francisco morreu após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral) seguido de insuficiência cardíaca. A informação foi divulgada pelo Vaticano.
A escolha de Francisco por um sepultamento mais simples difere da tradição do Vaticano. Historicamente, os papas são enterrados na Basílica de São Pedro, junto ao altar principal, em capelas laterais ou na cripta subterrânea conhecida como Grutas do Vaticano.
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Ao todo, 91 papas estão enterrados no local, entre eles estão:
- São Pedro: considerado o primeiro papa da igreja católica, seus restos mortais estão sepultados na cripta sob o altar principal da Basílica;
- São Leão Magno (Leão I): foi o primeiro papa a ser enterrado na antiga Basílica de São Pedro, ainda no século V;
- São João Paulo II: foi inicialmente sepultado na cripta e, após a sua beatificação, ele foi transferido para a capela dentro da basílica, em 2011;
- Bento XVI: sepultado na cripta em 2023, no local anteriormente ocupado por João Paulo II.
A Basílica de São Pedro teve sua primeira construção no século IV, erguida pelo imperador Constantino sobre o local tradicionalmente reconhecido como o túmulo do apóstolo Pedro. No século XVI, essa estrutura foi substituída por uma nova, cuja construção começou em 1506, durante o pontificado do papa Júlio II. O projeto contou com a colaboração de renomados artistas renascentistas, como Michelangelo e Carlo Maderno. A basílica atual foi finalizada e consagrada apenas em 1626.
Onde ficam as Grutas do Vaticano?
As Grutas do Vaticano estão localizadas na parte inferior da Basílica de São Pedro, em Roma. Construídas a partir de um sistema de abóbadas, elas foram construídas para sustentar o piso do edifício renascentista.
Segundo o Vaticano, a origem da cripta, no entanto, remonta a uma variação de projeto apresentada ao Papa Leão X (1513 a 1521) pelo arquiteto Antonio da Sangallo, o Jovem, após a morte de Rafael em, 1520.
Quando será o funeral de Francisco?
Os detalhes oficiais sobre o sepultamento de Francisco serão decididos pela Congregação dos Cardeais, que irá se reunir amanhã. No entanto, a previsão é de que o funeral ocorra entre sexta-feira e domingo, segundo ordena a tradição católica através do documento 'Ordo Exsequiarum Romani Pontificis', que regula os funerais papais e recomenda o funeral do pontífice entre o quarto e o sexto dias após o falecimento.
Como será o funeral do papa Francisco?
O corpo de Francisco será levado para a Basílica de São Pedro. A expectativa é que o traslado ocorra ainda na quarta-feira, 23. No mesmo dia, os detalhes oficiais sobre o sepultamento serão revelados. Francisco, no entanto, já havia expressado o desejo de um funeral mais modesto e simples.
Ao contrário da tradição papal, na qual os pontífices são sepultados em três caixões interligados feitos de cipreste, chumbo e carvalho, Francisco deverá ser sepultado em um simples caixão de madeira revestido de zinco.
Antes do sepultamento, está prevista uma missa de corpo presente (missa de exéquias) que deverá reunir cerca de 300 mil fiéis na praça de São Pedro. O rito será presidido pelo cardeal decano, Giovanni Battista Re, e deve contar com a presença de chefes de Estado, integrantes da igreja e delegações de governo.
Morte de Francisco
O papa Francisco morreu após ter um AVC (Acidade Vascular Cerebral) e sofrer insuficiência cardíaca nesta segunda-feira, 21. De acordo com a certidão médica, o pontífice morreu em seu apartamento no Vaticano.
Francisco entrou em coma após ter um AVC. Na sequência, ele teve atestado o colapso cardiocirculatório irreversível. O quadro foi agravado pelo episódio anterior de insuficiência respiratória aguda em pneumonia bilateral multimicrobiana, bronquiectasias múltiplas, hipertensão arterial e diabetes tipo II.
A morte foi confirmada após um eletrocardiograma. O atestado de óbito é assinado pelo Prof. Andrea Arcangeli, diretor da direção de saúde e higiene do Estado da Cidade do Vaticano.
O religioso morreu um mês depois de receber alta do hospital com pneumonia infecciosa. Ele fez sua última aparição pública no domingo, 20, durante as celebrações da Páscoa na Praça de São Pedro, no Vaticano, para uma caminhada surpresa. O pontífice foi eleito em 2013 após a renúncia de Bento XVI.