Suspeito de assassinato em Hong Kong adora "Game of Thrones"
Os pais de uma das vítimas denunciaram nesta terça-feira o que chamaram de 'crime sádico' e pediram a pena de morte para o britânico
O corretor britânico acusado do assassinato de duas indonésias em Hong Kong afirmou ser fã do seriado "Game of Thrones", um dos mais violentos exibidos atualmente na TV, mas que também chorou muito com o terno "Uma aventura Lego".
Rurik Jutting, 29 anos, que recentemente trabalhou como corretor no Bank of America Merrill Lynch, foi indiciado pelo homicídio por um tribunal de Hong Kong pela morte das duas mulheres, cujos corpos foram encontrados na noite de Halloween no apartamento do acusado.
O suspeito foi detido depois de ligar para a polícia na madrugada de sábado, quando muitas pessoas celebravam o Halloween na ex-colônia britânica.
Os corpos das vítimas foram encontrados no apartamento de Jutting no bairro de Wanchai, onde moram muitos estrangeiros. Segundo a imprensa local, as mulheres eram prostitutas procedentes do sudeste da Ásia.
O corpo de uma das vítimas, com idade entre 25 e 30 anos, estava nu e foi encontrado na sala do apartamento com vários sinais de ferimentos. O outro corpo foi encontrado em estado de decomposição dentro de uma mala.
As autoridades de Jacarta afirmaram que uma das vítimas era indonésia. A identidade da segunda mulher ainda não foi determinada.
Durante a investigação, a polícia descobriu fotografias de um cadáver enrolado em um tapete e dentro de uma mala no telefone celular do suspeito, segundo o jornal South China Morning.
De acordo com comentários postados no Facebook, o ex-aluno de Cambridge era um fã ávido de "Game of Thrones".
"A melhor cena da temporada... 'eu te imploro... me mate, me mate'", postou ele em junho, referindo-se ao momento em que o personagem Cão de Caça implora à jovem heroína Arya que acabe com seu sofrimento.
Ele, no entanto, também se emocionou a a animação infanto-juvenil "Uma aventura Lego".
"Desde o final de Lego estou soluçando, ensopado de tanto chorar (...) Ah, não, preciso me recompor", afirma outro post.
Sua página no Facebook também mostra que ele participou nas recentes manifestações pró-democracia em Hong Kong.
Um post recente também demonstra que ele pretendia fazer mudanças em sua vida.
"Uma nova jornada começa. Assustado e ansioso, mas também animado. O primeiro passo é sempre o mais difícil".
Os pais de uma das vítimas denunciaram nesta terça-feira o que chamaram de 'crime sádico' e pediram a pena de morte para o britânico.
"Estou horrorizada, nenhuma mãe pode aceitar que sua filha seja ferida de forma tão horrível", declarou a mãe de Sumarti Ningsih, Suratmi, entrevistada em Cilacap, una cidade portuária da costa oriental da ilha de Java, onde vive a família.
"Quero que o assassino de minha filha seja condenado à morte", disse, por sua vez, o pai Ahmad Kaliman. "Ele a matou de forma sádica, por isso deve ser executado".
A pena de morte não existe em Hong Kong, ao contrário da China continental.
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