ONU renova cinco membros não-permanentes do Conselho de Segurança
Arábia Saudita, Chade, Chile, Lituânia e Nigéria substituirão Azerbaijão, Guatemala, Paquistão, Marrocos e Togo, unindo-se a Argentina, Austrália, Luxemburgo, Paquistão, Coreia do Sul e Ruanda em 1º de janeiro de 2014
A Arábia Saudita, o Chade e a Nigéria foram eleitos pela Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas nesta quinta-feira para um mandato de dois anos no Conselho de Segurança da entidade, e grupos de direitos humanos exigiram que os três países melhorem suas condições.
Chile e Lituânia também ganharam assentos no conselho, que tem 10 membros temporários e cinco permanentes com poder de veto -- Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China.
O grupo eleito nesta quinta-feira irá substituir Azerbaijão, Guatemala, Paquistão, Marrocos e Togo no Conselho de Segurança a partir de 1o de janeiro de 2014. As nações eleitas não tinham oposição, mas tiveram de obter a aprovação de dois terços dos 193 membros da Assembleia-Geral. Dos 191 membros da ONU que votaram, Lituânia obteve 187 votos, o Chile e a Nigéria receberam 186 votos cada, o Chade garantiu 184 votos e a Arábia Saudita, 176 votos.
"Os membros do Conselho de Segurança são rotineiramente chamados para abordar os direitos humanos fundamentais e as questões humanitárias", disse o diretor-executivo da UN Watch, Hillel Neuer, um grupo de defesa dos direitos humanos com sede em Genebra que monitora a ONU. "A Arábia Saudita e o Chade têm registros abismais sobre direitos humanos."
Críticas
A Arábia Saudita, uma sociedade patriarcal que aplica uma versão austera do Islã sunita, tem sido repetidamente acusada de violar os direitos das mulheres. No mês passado, o país liderou uma lista de países do Banco Mundial com leis que limitam o potencial econômico das mulheres.
A Arábia Saudita, que também está em campanha para ser eleita para o Conselho de Direitos Humanos da ONU, concede aos pais a tutela de suas filhas, dando-lhes o controle sobre com quem podem se casar e quando, e é também o único país do mundo onde as mulheres são proibidas de dirigir.
A Human Rights Watch afirmou que ocupar esse posto importante da ONU deve estimular os sauditas a "limpar seus atos". Um diplomata sênior do Conselho de Segurança, falando sob condição de anonimato, saudou a eleição de um país-chave no Oriente Médio, enquanto o mundo tenta pôr fim a uma guerra civil de mais de dois anos e meio na Síria, que já matou mais de 100 mil pessoas.