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América Latina

México: prostitutas voltam às ruas após liberação do comércio

9 mai 2009 - 20h18
(atualizado às 20h46)
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Após o fechamento de lojas e empresas por cinco dias ordenado pelo governo mexicano por causa da gripe suína, o congestionamento se forma rapidamente em uma das ruas mais movimentadas da Cidade do México no primeiro fim de semana após a liberação das atividades. Mais do que o contraste do abandono de suas casas com a imponência de hotéis à sua volta, a rua James Sullivan, na Zona Roxa, é considerada o ponto ideal pelos mexicanos que saem durante a noite dispostos a encontrar pela madrugada a combinação de sexo e dinheiro.

Prostitutas voltam às ruas na Cidade do México após liberação das atividades comerciais
Prostitutas voltam às ruas na Cidade do México após liberação das atividades comerciais
Foto: Francisco de Assis / Especial para Terra

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"Se você deseja uma garota, tem que ir lá", afirma o ambulante Paolo Benitez, parado em sua banca, junto à saída do metrô da estação Insurgentes. "Há opções de tudo e a todos os preços", complementa o camelô. O local nada mais é do que o principal ponto de prostituição da capital do México.

Dezenas de garotas, com saias curtas, blusas decotadas e cabelos repicados se postam a espera de alguns trocados. Todas enfileiradas na calçada em uma vitrine projetada para o consumo de quem pode pagar pela libido: "Afim de curtição?", indaga uma das sex-servidoras, como são conhecidas as profissionais do amor mexicano.

Falando em português, como se fosse um turista, me mostro interessado. De sua boca escuto os "350 pesos por meia hora". Digo que "não, está muito caro". Tento negociar, mas a proposta é recusada: "não, não dá".

Sigo em frente e mais adiante abordo uma outra garota, desta vez, em espanhol: "quando sai o programa?". Sem perceber o sotaque brasileiro, a mulher de aparência de pouco mais de 20 anos e traços do desgaste noturno se diz disposta a passar os mesmos 30 minutos por 200 pesos. Uma diferença que se reflete diretamente pelo inflacionário idioma turístico.

Na Cidade do México, a prostituição é tida como uma atividade séria entre os controladores da noite. Por trás de cada garota é possível observar a presença de seus cafetões. Homens com caras fechadas e peitos abertos que agiotam o serviço e ganham em cima do trabalho das meninas. As drogas também podem ser encontradas facilmente.

Paro em uma das praças e começo a observar o universo que está em minha volta, a procura de um local para tirar fotos. Um jovem se aproxima de mim e me pergunta se "estou afim?". Desconverso: "não companheiro, estou atrás de uma garota".

Pela manhã, outros pontos da capital chamam a atenção através do serviço 24 horas. No centro da Cidade do México, na Rua São Paulo, que pode ser considerado a boca do lixo da categoria, as garotas trabalham mais à vontade. Não se importam com a luz do dia, nem com a grande circulação de pessoas, sobretudo diante da abertura do comércio, na véspera do dia das mães.

Ao contrário do que havia feito na Zona Roxa, me apresento a uma das meninas como jornalista. Não há perigo eminente. Me mostro interessado em saber se mesmo com o surto epidêmico do vírus N1H1 ela ainda continua a beijar na boca de seus clientes. "Se me pagam por isso, não há problema. Não tenho medo de nenhum tipo de doença. Tomo as precauções necessárias. Por isso nunca acontece nada comigo", diz a mulher que se identifica como "Maribel de la boquita caliente".

Uma outra garota, que observa tudo de perto acrescenta: "você não vai querer que a gente trabalhe de máscara, vai? Fazemos parte de uma profissão de risco e quando estamos na rua não podemos pensar nesse tipo de coisa. Se houver tempo para preocupação, não teremos tempo para ganhar dinheiro", conclui "Abigail, la eroticamente cachonda".

Fica evidente que no primeiro fim de semana após a suspensão das atividades consideradas não essenciais pelo governo do presidente Felipe Calderón, a prostituição volta tão forte quanto antes. A operação do sexo é retomada do mesmo jeito de sempre, aberta aos olhos das autoridades e ao risco de doenças virais transmitidas ou não pelo ar.

Fonte: Especial para Terra
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