Jogadoras de futebol se recusam a jogar contra time com mulher trans
Uma partida de futebol feminino foi suspensa após jogadoras da equipe Leoas se recusarem a entrar em campo contra o time Fênix que contava com uma atleta trans.
Uma partida de futebol feminino em Campo Grande (MS) foi suspensa após jogadoras da equipe Leoas se recusarem a entrar em campo contra o time Fênix, que contava com uma atleta transexual, identificada como Adriana, no dia 6 de setembro.
A confusão ocorreu cinco minutos antes do início do jogo, quando, segundo a técnica do Leoas, Bárbara Augusta, a organização do campeonato informou sobre uma "nova regra" que permitiria a participação da jogadora trans.
Bárbara declarou que a decisão não foi motivada por homofobia, mas por questões biológicas.
"A nova regra causava uma grande deslealdade para nossas atletas, principalmente devido à grande diferença de força e velocidade entre sexos distintos. Eu gostaria que as pessoas entendessem que não é uma questão de preconceito ou transfobia e sim uma questão de justiça no esporte. Lutamos muito para conquistar espaço no futebol feminino. Queremos que seja um ambiente sem vantagens biológicas desleais e que seja justo", disse a treinadora ao portal Midiamax.
O time Fênix, por sua vez, acusou as Leoas de ferirem a dignidade de Adriana, alegando que a equipe chegou a oferecer os uniformes a outros homens, além de cometer injúria e exclusão contra a atleta.
Após o episódio, as Leoas solicitaram o reembolso da inscrição e foram oficialmente eliminadas do campeonato de bairro. A vitória foi concedida automaticamente ao Fênix.
Com a repercussão do caso, o time Leoas passou a compartilhar nas redes sociais notícias de federações internacionais que têm proibido a participação de mulheres trans em competições femininas.
Proibição de mulheres trans em competições
O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), sancionou uma lei que proíbe a participação de mulheres trans em competições esportivas femininas realizadas na capital de Mato Grosso.
A legislação, de autoria do vereador Rafael Ranali (PL), estabelece que o sexo biológico será o único critério válido para definir o gênero dos participantes em disputas oficiais realizadas no município.
De acordo com o texto, federações, clubes e instituições esportivas que descumprirem a norma poderão ser multadas em R$ 5 mil.
Além disso, atletas trans que omitirem sua identidade de gênero à organização dos eventos poderão ser punidos com o banimento de competições, em penalidades tratadas de forma semelhante a casos de doping.
A proposta foi aprovada pela maioria dos parlamentares da Câmara Municipal e recebeu apoio da presidente da Casa, vereadora Paula Calil (PL). Segundo os defensores da medida, a nova norma busca garantir a equidade física nas disputas esportivas femininas.