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Guilherme Mazieiro

Leite diz que suspensão de dívida por 3 anos “não será suficiente” e cobra Lula

Presidente respondeu dizendo para governador "reivindicar aquilo que vocês entendem que pode ajudar o Rio Grande do Sul"

13 mai 2024 - 16h53
(atualizado às 17h23)
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O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
Foto: CartaCapital

Durante o anúncio do presidente Lula (PT) sobre a suspensão do pagamento da dívida do Rio Grande do Sul com a União, o governador do estado, Eduardo Leite (PSDB-RS), cobrou o governo federal dizendo que a medida não será "suficiente". A fala aconteceu no encontro feito por videoconferência nesta segunda, 13. 

A medida proposta pelo governo federal é para que o pagamento da dívida seja suspenso por 36 meses, o que equivale a R$ 11 bilhões, e também que os juros sobre esse período não sejam cobrados, valor que seria de mais R$ 12 bilhões, segundo cálculos da Fazenda. Assim, as duas medidas somam R$ 23 bilhões. O valor deverá ser utilizado pelo governo gaúcho como parte da reconstrução do estado. A medida proposta por Lula será enviada para análise do Congresso em forma de projeto de lei complementar.

A reunião foi transmitida ao vivo pelos canais oficiais do governo. Além de Lula participaram o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, e ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) e Paulo Pimentar (Secretaria de Comunicação Social).

“É claro que nós vamos querer discutir mais e tratar de outros tantos pontos. Infelizmente não posso dizer que será suficiente essa medida. E o presidente e o ministro têm consciência disso. Vamos precisar de outros tantos apoios em outras tantas frentes e inclusive permanecer discutindo o tema da dívida em relação ao seu futuro”, disse Leite, após a exposição da medida por Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O governador disse que reconhece o esforço do Ministério da Fazenda e que pedia a quitação desses valores, mas entende que a medida “é um passo” e “fica feliz de saber que tem no governo [federal] a possibilidade dessas discussões”.

“Nós precisamos dessa solução de imediato para destravar ações no curtíssimo prazo de recuperação do estado, mas os efeitos se farão sentir por alguns anos, não apenas neste meu governo, como também no próximo governo e por mais alguns anos”, declarou o governador Leite.

Após a fala Leite, Haddad voltou a destacar o valor economizado pelo estado com a suspensão da dívida e citou outras medidas do governo federal para a gestão da crise, como os subsídios para juros e adiantamento de pagamento de programas sociais, que devem movimentar em torno de R$ 50 bilhões.

Na sequência, Lula disse que pretende voltar ao Rio Grande do Sul nesta quarta, 15, para anunciar novas medidas do governo federal junto ao governador tucano. O novo conjunto de medidas está em discussão e deve focar em benefícios e auxílios para população reconstruir o patrimônio perdido.

“Não deixe de reivindicar aquilo que vocês entendem que pode ajudar o Rio Grande do Sul. É uma catástrofe, a gente não estava preparado para algo dessa magnitude. O estrago não só das pessoas que se perderam, que estão desaparecidas, dos animais, é algo que tem impactado muito a sociedade brasileira”, disse Lula.

Nesta semana, Lula suspendeu uma viagem que faria ao Chile para acompanhar as ações no Rio Grande do Sul. Será a terceira vez desde o início da crise que o petista estará no estado gaúcho. O último balanço da Defesa Civil, divulgado na manhã desta segunda-feira, indicou que 76.470 pessoas já foram resgatadas após os temporais. A tragédia já soma 147 pessoas mortas e outras 127 pessoas desaparecidas, além de 806 feridos.

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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