GM terá fabrica de carros elétricos no Brasil
Nesta semana, a antiga fábrica da Troller, em Horizonte (CE), foi oficialmente reativada durante uma cerimônia, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Essa é a estreia da parceria entre a Pace (Planta Automotiva do Ceará), administrada pela empresa Comexport, e a GM.
Executivos da Pace e da General Motors anunciaram durante o evento que o primeiro passo para a retomada das atividades será iniciar a produção do Chevrolet Spark EUV. O modelo é um SUV compacto elétrico lançado recentemente e que hoje é importado da China.
A GM também confirmou que o Captiva EV, utilitário esportivo a bateria de porte médio, será o segundo modelo a ser produzido no Ceará. É esperado que a produção tenha início em 2026, ampliando o plano de eletrificação local da Chevrolet.
No início da produção, o Spark tinha um índice de 35% de nacionalização de peças. O modelo é o primeiro elétrico de entrada de uma montadora tradicional montado no país e, segundo a GM, o único com esse nível de componentes nacionais.
Durante a cerimônia, Lula afirmou que o mercado automotivo brasileiro é muito grande e que é necessário haver um "excesso" de produção de carros para suprir a demanda dos brasileiros e das exportações.
"Mas primeiro nós temos que garantir que o povo brasileiro tenha o direito de andar num carro bonito. É para isso que a gente trabalha, para ter acesso às coisas que a gente produz", disse o presidente.
Lula também destacou o papel da matriz energética brasileira na inserção dos elétricos. Em seu discurso, ele afirmou que o Brasil possui 53% de energia renovável, enquanto países desenvolvidos querem chegar a 40% em 2050.
"É por isso que é importante o carro elétrico, é por isso que é importante a decisão da GM vir para cá, para a gente poder mostrar que este país não deve nada a ninguém", disse.
Além disso, o presidente citou indicadores econômicos recentes ao tratar dos incentivos oferecidos à indústria: "Nós temos hoje a menor inflação acumulada em quatro anos. Hoje nós temos o maior crescimento do salário mínimo", disse.
Santiago Chamorro, presidente da GM na América do Sul, também discursou durante a cerimônia e afirmou que o programa Mover revitalizou a indústria ao integrar metas ambientais, inovação e competitividade. Para ele, a política industrial atual dá previsibilidade e abriu espaço para investimentos como o da Pace.
"O governo acelerou investimentos e criou segurança para que projetos como este deixassem o papel. O desafio agora é transformar isso em produção competitiva e consolidar o Brasil como referência em mobilidade sustentável", afirmou.
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