O presidente da Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base, José Augusto Marques, acredita que, dentro dos próximos dois anos, não haverá mais risco de crise energética no Brasil. Segundo ele, com um investimento recorde no campo energético no Brasil - US$ 14 bilhões - haverá um acréscimo importante na potência instalada no país. "Este número, a história moderna do Brasil no setor de energia elétrica nunca registrou". afirmou José Augusto. Segundo ele, esse recorde em investimento pressupõe a entrada em operação de obras efetivamente já em andamento de mais 14.200 megawatts (MW) de energia. Deste total, cerca de 7.800 MW virão de 21 usinas hidrelétricas que já estão em construção e mais 6.400 MW de 15 termelétricas, das quais 14 encontram-se em obras efetivas e uma deve ter início nos próximos 30 dias.
José Augusto disse que mais de 65% dos recursos aplicados nas obras vêm de capital privado. "Esse investimento é extremamente importante porque está disseminado pelo país inteiro. Há hidrelétricas e termelétricas sendo construídas em todo o Brasil", acrescenta.
A construção de Belo Monte, no Pará, segundo o presidente, será a redenção energética do Brasil, uma vez que vai gerar 11.200 MW. "Representa o ápice da engenharia brasileira, porque se encontrou uma solução de baixíssimo impacto ambiental. A construção de Belo Monte será um desafio de parceria entre estado e iniciativa privada, porque construí-la pressupõe investimento entre geração e transmissão superior a US$ 5 bilhões".
Apesar de todas essas obras, José Augusto lembra à população que o país ainda não tem nada resolvido em termos de crise de energia. "Esperamos que a população possa continuar contribuindo com a redução do consumo de energia, porque quanto mais pudermos manter esse nível de redução, mais rapidamente vamos conseguir sair da crise", concluiu.