O governo trabalha com a expectativa de reduzir a meta de economia de energia elétrica de 20% para 10% em novembro, quando começa o verão em todo o país, e cidades como o Rio de Janeiro sofrem com temperaturas acima de 40 graus. Assessores do presidente Fernando Henrique Cardoso admitem a mudança no índice se houver antecipação das chuvas. O otimismo do governo está baseado na previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) de que as chuvas no Sudeste e no Centro-Oeste deverão começar no fim de agosto. Normalmente, elas começam após a segunda quinzena de setembro. Outra razão é a resposta muito positiva da população ao racionamento.
Os integrantes da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica preferem não se pronunciar oficialmente sobre o assunto. Semana passada, o presidente Fernando Henrique disse que o aumento da oferta de energia fará com que no próximo ano, mesmo com chuvas muito abaixo da média, a necessidade de economia seja de até 5%.
Segundo o Inmet, até dezembro, o nível dos rios do Sudeste e do Centro-Oeste vai se recuperar muito. As chuvas poderão ficar 10% acima da média. Em Minas, as chuvas deverão atingir a nascente do Rio São Francisco, beneficiando a população ribeirinha.
O presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Mário Santos, responsável pelo controle da distribuição de energia, é mais cauteloso. 'Tudo dependerá das condições hidrológicas', disse.