Fantasma da seca e racionamento rondam safra agrícola 2002
Quinta, 28 de junho de 2001, 14h37
A safra agrícola brasileira de 2002 poderá ser afetada pela crise energética, principalmente os produtos que necessitam de irrigação artificial, como é o caso do feijão 3ª safra, do café e frutas produzidas no Vale do São Francisco, na Bahia. A análise é do chefe do Departamento de Agropecuária (Deagro) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Carlos Lauria.
Segundo ele, o problema será ainda maior se a seca permanecer e não chover regularmente nos períodos de plantio, que começam neste segundo semestre. ’A agricultura tem época, não é como a indústria que se não produzir hoje pode produzir amanhã. Se a primeira safra for plantada fora do prazo, prejudica todas as outras em um efeito cascata, causando quebra da produção’, afirmou.
Lauria acrescentou que o problema só não será maior porque boa parte da agricultura brasileira é de produtos secos. Até mesmo o arroz é uma lavoura seca. ’Qualquer chuva de 3 ou 4 dias consegue irrigar a terra a ponto de resistir a um período maior de estiagem’, concluiu o chefe da Deagro.