O diretor presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Jerson Kelman, disse hoje que a situação do abastecimento de água é complicada devido à crise energética. O racionamento de água já tem até lugar para começar: as plantações de arroz no Ceará.A ocorrência de possíveis apagões impossibilitará as companhias de abastecimento de bombear água para as torneiras de todas as regiões do País. "Se a sociedade brasileira não participar ativamente do racionamento de energia, vamos ter problemas de abastecimento de água", admite Kelman.
A princípio, a decisão do governo federal era tentar poupar as companhias de abastecimento de um provável apagão. Mas depois de muitas discussões, o governo descobriu que esta precaução não poderá ser colocada em prática. "Do ponto de vista técnico é impossível, pois não há como direcionar linhas elétricas para manter as bombas abastecendo as casas", explica Kelman.
Arroz - Os primeiros a entrar no racionamento devem ser os produtores de arroz do Ceará. O governo vai propor a eles que deixem de plantar este ano para economizar água. Em troca, os produtores receberão uma indenização.
"Estamos nos oferecendo para comprar a água que eles consomem para manter suas plantações neste período de crise", explica Kelman, que iniciou as negociações com o governo do Ceará hoje. Segundo ele, para acabar com os 12 mil hectares de plantação de arroz do Ceará vão ser necessários aproximadamente R$ 10 milhões.
Os produtores então serão orientados para que substituam as plantações de arroz por culturas que precisem de menos água.