Com a crise energética no Brasil como cenário, o presidente Fernando Henrique Cardoso realizará una visita de Estado à Bolívia no final de junho, para negociar um aumento das compras de gás boliviano, informou a chancelaria nesta terça-feira. O objetivo é conseguir da Bolívia, país com o qual o Brasil compartilha 3.400 km de fronteira, um incremento nos contratos de compra dos atuais 30 bilhões de metros cúbicos diários para 150 bilhões.
O presidente boliviano, Hugo Banzer, quer propor a FHC, durante a viagem nos próximos dias 27 e 28 de junho, a construção de um complexo petroquímico na região de Puerto Suárez-Corumbá, para produzir anualmente 600.000 toneladas de polietileno, para o que serão necessários investimentos de 1,4 bilhão de dólares. O complexo também poderá significar a criação de 3.000 empregos diretos a partir de 2006.
Segundo a imprensa local, o grupo Odebrecht assumiria 70% desses investimentos enquanto que o restante ficaria por conta da Petrobrás. O Odebrecht também será encarregado, segundo a imprensa, da construção de uma estrada de 600 km entre Santa Cruz de la Sierra e Puerto Suárez.
"A Bolívia vai cumprir e honrar os contratos firmados com o Brasil para o fornecimento de gás natural ao gigante sul-americano", assegurou nesta terça-feira à AFP o embaixador boliviano na capital brasileira, Gonzalo Montenegro.
O Brasil enfrenta uma de suas piores crises energéticas, agravada com a falta de chuva que deixou muitas represas do país com reservas inferiores a 30% de sua capacidade.