Investimento em geração de energia é temporário, segundo Maílson
Sexta, 01 de junho de 2001, 11h35
O economista Maílson da Nóbrega, diretor da Tendências Consultoria e ex-ministro da Fazenda, não considera viável que o governo volte a investir na geração de energia elétrica. Segundo ele, a autorização concedida pelo Ministério de Minas e Energia para que Furnas Centrais Elétricas e Eletrobrás invistam em projetos de ampliação da oferta de energia é de caráter emergencial.
Na avaliação do economista, um possível anúncio de novos investimentos do governo em geração criaria riscos para o futuro. "Se o governo voltasse a investir, estaria dando sinal equivocado para o setor privado. E só um louco investiria nesta situação. Seria o governo zigue-zaguear entre a privatização e a estatização", afirmou.
O ex-ministro afirma que ainda não é possível calcular o impacto que o racionamento de energia terá sobre o Produto Interno Bruto (PIB). Entretanto, ele acredita que a desaceleração da economia já é certa, já que todo choque de oferta combina PIB menor com inflação.
Quanto ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e utilizado pelo governo para fixar metas de inflação, o economista acredita que, na pior das hipóteses, a taxa deste ano ficará em torno de 5,7%. No entanto, segundo ele, o cenário poderá melhorar se houver equilíbrio da situação econômica da Argentina.
Maílson está tomando posse como um dos dez membros do Conselho Técnico do IBGE, instalado hoje no Rio.