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Ana Amélia teve cargo com o marido, mas nega irregularidade

Ana Amélia Lemos, que trabalhou para o marido senador em 1986, criticou o vazamento de informações de sua vida e o atribuiu o ato ao governador Tarso Genro

12 set 2014 - 10h25
(atualizado às 14h39)
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<p>A senador Ana Amélia Lemos (PP-RS)</p>
A senador Ana Amélia Lemos (PP-RS)
Foto: Geraldo Magela / Agência Senado

A senadora e candidata ao governo do Rio Grande do Sul pelo PP, Ana Amélia Lemos, trabalhou no gabinete de seu marido, o então senador Octávio Cardoso, em 1986. A informação foi confirmada por ela em entrevista ao Terra em que criticou o vazamento de detalhes de sua vida e o atribuiu ao governador Tarso Genro (PT), que concorre à reeleição e está atrás nas pesquisas de intenção de voto.

“O PT vasculhou minha vida inteira e encontraram que há quase 30 anos, durante nove meses, fiz uma assessoria com um 'salariozinho' para o meu marido. Não havia nenhuma incompatibilidade porque o salário na época era baixo”, disse. “Não havia internet, eu fazia tão somente clippagem de jornais e seleção de pautas para acompanhar”, acrescentou.

Ana, que era diretora da sucursal de Brasília da RBS (afiliada da Rede Globo) à época, contou que a prática era "normal" e que muitos jornalistas trabalhavam como assessores para complementar os baixos salários. 

A candidata disse ainda que a atuação ocorreu antes da Constituição de 1988 e da criação de regras claras sobre nepotismo. Além disso, os cargos de confiança poderiam ter horários flexíveis, já que não havia ponto. “Os critérios da relação de assessoramento eram diferentes. É muita vontade de colocar pelo em ovo”, concluiu.

Histórico

Segundo uma portaria publicada pelo Senado em 1986, Ana Amélia foi nomeada para atuar, a partir de 1º de abril daquele ano como secretária parlamentar no gabinete do marido, na época vice-líder do Partido Democrático Social (PDS). Em março de 1987, ela foi convocada a assinar a rescisão contratual, em razão do fim do mandato do parlamentar.

De acordo com um ato do Senado de 1978, o secretário parlamentar receberia 9 mil cruzeiros, moeda da época, por oito horas trabalhadas diárias. O valor, corrigido pelo IGP-DI e pelo IPC-A, seria equivalente a R$ 5.145. A frequência deveria ser atestada pelo titular do gabinete.

Octávio Cardoso morreu em 2011, aos 80 anos, em Brasília. Ele era suplente do senador biônico Tarso Dutra e tomou posse em 1983 após o falecimento do titular.

Ana Amélia Lemos trabalhou como jornalista na capital federal entre 1979 e 2010, quando deixou a carreira para se dedicar à disputa ao Senado. Ela é líder nas pesquisas para o governo do Rio Grande do Sul, à frente do candidato à reeleição, Tarso Genro.

Em entrevistas como candidata, a pepista defende a redução de gastos públicos, com o corte de cargos de confiança e o número de secretarias no Estado.

Fonte: Terra
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