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Professores de SP protestam contra uso de plataformas digitais nas escolas

Profissionais argumentam que aplicativos implementados pelo governo tiram autonomia

14 mai 2024 - 05h00
(atualizado às 12h39)
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Foto: Kampus Production/Pexels / Canaltech

Professores do estado de São Paulo iniciaram uma mobilização nesta segunda-feira, 13, contra o uso do sistema de plataformas digitais implementado pela Secretaria de Educação do estado. Os profissionais alegam que os aplicativos usados removem a autonomia dos professores no planejamento das aulas.

De acordo com o Sindicado dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), entidade que planejou o movimento, a ideia é de que os professores fiquem de 13 a 19 de maio sem usar as plataformas digitais de ensino como forma de protesto. O Apeoesp comunicou o governo e a secretaria de educação do estado sobre a iniciativa. 

O sistema começou a ser implementado a partir do ano passado e substituiu os materiais didáticos físicos por aplicativos digitais. A mudança foi alvo de polêmicas e alguns slides usados pelo governo estadual mostraram informações incorretas em alguns casos, como um trecho que afirma que Dom Pedro II assinou a Lei Áurea em 1988 (quem fez isso foi a Princesa Isabel).

Além disso, o governo já confirmou anteriormente que vai usar o ChatGPT para criar a base do material didático, enquanto os educadores fariam apenas alguns ajustes de revisão sobre o conteúdo. Antes, o órgão contava com um grupo de profissionais curriculistas para isso.

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O que argumentam os professores

A principal reclamação dos professores sobre as plataformas digitais é de que o formato tenta padronizar o ensino sem considerar os diferentes contextos nas salas de aula do estado e, por consequência, limita a ação dos professores no uso de outros materiais. O sistema educacional registra se o professor usou ou não o material pré-estabelecido.

O presidente da Apeoesp, Fábio Moraes, diz não ser contra o uso de tecnologia nas salas de aula, mas reforça a necessidade de trazer liberdade ao professor. "Nós queremos tecnologia, escolas estruturadas, profissionais valorizados e nós queremos resguardar a nossa liberdade de cátedra. Se eu achar que a plataforma é melhor, eu uso a plataforma. Se eu achar que aquele assunto, o livro, aborda melhor, eu uso o livro. Então hoje, esse direito do professor está sendo ceifado", comentou em entrevista à Agência Brasil.

Material didático das escolas em SP no terceiro bimestre usará conteúdo gerado pelo ChatGPT (Imagem: Viralyft/Unsplash)
Material didático das escolas em SP no terceiro bimestre usará conteúdo gerado pelo ChatGPT (Imagem: Viralyft/Unsplash)
Foto: Canaltech

O que diz a Secretaria de Educação de São Paulo

Em resposta ao Canaltech, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc) comentou que as plataformas "continuam sendo utilizadas normalmente", apesar da manifestação anunciada, e que os recursos "têm o objetivo de aprimorar as habilidades dos estudantes e promover o avanço dos índices educacionais de São Paulo".

Veja a nota na íntegra:

"As plataformas digitais são recursos tecnológicos agregadores na produção pedagógica desenvolvida em sala de aula, fazendo parte do conteúdo ministrado pelos docentes, e continuam sendo utilizadas normalmente. Todos os recursos oferecidos pela a Secretaria da Educação têm o objetivo de aprimorar as habilidades dos estudantes e promover o avanço dos índices educacionais de São Paulo".

Ainda não existem informações sobre a quantidade de professores que aderiram ao protesto. 

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