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Tecnologia como ferramenta para potencializar processos na gestão escolar

Ainda hoje, é muito comum que as escolas não tenham sistemas para atividades simples, como matrículas, registros acadêmicos etc

1 fev 2024 - 16h19
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Resumo
A digitalização da gestão escolar tem um papel significativo na qualidade da educação, pois oferece canais de comunicação rápida, coleta e análise de dados e contribui para ambientes de ensino mais colaborativos e inclusivos.
Foto: iStock

Quando abordamos o tema da transformação digital na educação, muito se fala sobre o uso das tecnologias com os alunos, mas pouco se trata da importância dela na gestão escolar. Ainda hoje, é muito comum que as escolas não tenham sistemas para atividades simples, como matrículas, registros acadêmicos, controle de presença, lançamento de notas ou tarefas administrativas. A persistência de métodos manuais na gestão escolar gera obstáculos com impactos significativos na qualidade da educação, uma vez que frequentemente resulta em processos morosos e mais suscetíveis a erros.

Para o sucesso educacional, a comunicação é um ponto fundamental. A digitalização de processos na gestão escolar proporciona canais de comunicação instantânea entre educadores, pais e alunos e permite a rápida disseminação de informações relevantes, como anúncios escolares, cronogramas de eventos e avaliações. A transparência fortalece a parceria entre a escola e a comunidade, criando um ambiente de aprendizado mais colaborativo. Essa eficiência operacional não apenas otimiza o tempo dos profissionais da educação, mas também contribui para um ambiente mais dinâmico e responsivo.

Outro ponto importante refere-se à coleta e análise de dados educacionais como cruciais para a tomada de decisões. Sistemas digitais unificados oferecem a capacidade de compilar e analisar dados acadêmicos, permitindo que educadores identifiquem áreas de melhoria, personalizem abordagens de ensino e avaliem o desempenho dos alunos de maneira mais eficiente. Diferentes estudos mostram, por exemplo, que alunos pretos têm desempenho piores de aprendizagem. No documento “Equidade étnico-racial: recomendações de políticas de equidade étnico-racial para os governos federal e estaduais”, publicado pelo Todos pela Educação e parceiros, com o objetivo de colaborar com o avanço educacional em pautas raciais, há recomendações específicas sobre a importância de apoiar as escolas para abordar casos de preconceito e discriminação racial nas salas de aula. Com uma abordagem baseada em dados, se torna mais viável organizar informações e contribuir para um ensino mais flexível e personalizado, o que impacta diretamente no processo de aprendizagem e na equidade de ensino.

A digitalização da gestão escolar também desempenha um papel significativo na promoção da inclusão digital e na facilitação do aprendizado remoto, seja em situações emergenciais, seja de forma híbrida para favorecer a recomposição das aprendizagens. Em tempos de pós-pandemia, a capacidade de acessar recursos educacionais online, realizar avaliações virtuais e manter a continuidade do ensino é vital. A digitalização dos processos nas escolas não apenas prepara a instituição para situações de crise, mas também amplia o acesso à educação para estudantes em diversos contextos, especialmente quando mediado por um professor.

Além disso, há a segurança da informação com uma preocupação crescente da era digital. Nesse contexto, sistemas podem implementar medidas robustas para proteger dados sensíveis, garantindo a privacidade e integridade das informações dos alunos. A conformidade com regulamentações de proteção de dados também é facilitada por soluções digitais, minimizando os riscos associados à gestão manual de documentos.

De acordo com o Relatório da ferramenta Edutec, realizado pelo CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira), que oferece um importante diagnóstico para a evolução da adoção de tecnologias digitais na educação pública brasileira, 81% dos gestores escolares consideram que o uso das tecnologias digitais pode melhorar a qualidade e equidade da educação brasileira, além de impactar positivamente os processos de ensino e aprendizagem. No entanto, 46% declararam que não há nenhum programa ou projeto implementado em suas escolas para promover a integração das tecnologias digitais nas práticas pedagógicas.

Ou seja, ainda que os educadores enxerguem a tecnologia como uma aliada para o avanço da qualidade da educação no país, há muito o que ser feito para avançarmos na transformação digital nas escolas. E, sem dúvida, um dos pontos cruciais para que avancemos nesta pauta, é que gestores também tenham competências digitais desenvolvidas para lidar com o uso das tecnologias a favor da gestão das escolas.

Um exemplo atual de soluções digitais que vem sendo implementadas com sucesso vem da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG). Recentemente, a Secretaria apresentou novas funcionalidades do Diário Escolar Digital e aprimoração de sistemas, como o Sistema Mineiro de Administração Escolar (Simade), plataforma de gestão de planejamento da rede estadual. A funcionalidade torna a rotina dos professores mais dinâmica e atrativa no controle de atividades e frequência dos estudantes. A inciativa atende um pedido da própria rede de ensino, que era diminuir o número de cliques necessários para efetuar as tarefas como, por exemplo, o preenchimento dos diários e notas de avaliações.

A transição para uma gestão escolar digital não é apenas uma modernização tecnológica, mas uma resposta necessária aos desafios contemporâneos enfrentados pelas instituições educacionais. A eficiência operacional, a facilitação da comunicação, a análise de dados educacionais, a promoção da inclusão digital e a segurança da informação são pilares que sustentam a importância desta transformação. Ao abraçar a era digital, as escolas estão preparando o terreno para uma educação mais dinâmica, acessível e adaptativa, capacitando educadores e alunos para enfrentar os desafios do século XXI.

Lia Glaz Diretora-presidente da Fundação Telefônica Vivo. Formada em Administração Pública pela FGV-EAESP e com mestrado na área de Desenvolvimento Econômico e Político pela SIPA-Columbia University. Na Fundação Telefônica Vivo, já liderou a área de Educação, promovendo iniciativas inovadoras e o uso de tecnologia para apoiar o desenvolvimento de crianças e jovens. As opiniões da colunista não representam a visão do Terra.
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