Taxa Selic Over x taxa Selic Meta: entender a diferença é fundamental para investidores

Recentemente, o Relatório de Mercado Focus, divulgado pelo Banco Central, apresentou uma nova previsão para o índice da taxa Selic para o ano de 2019. Dessa forma, o mercado de investimentos começa a prever como será o andamento dos negócios financeiros ao longo do próximo ano.

Diferentemente das previsões divulgadas em novembro deste ano, as novas expectativas para 2019 apresentam um número menor para a Selic, que passou de 7,75% para 7,50% ao ano. Por outro lado, a previsão para 2020 continua a mesma, com o valor estipulado de 8,00%.

As previsões foram divulgadas após o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom), na primeira quinzena de dezembro de 2018, sobre a manutenção da taxa Selic em 6,50% ao ano. Outro fator que teve influência na construção dessas expectativas foi a sinalização do Banco Central sobre a possível permanência do nível mais baixo de juros já encontrado na economia.

A taxa Selic é o indicador que determina o juros da economia brasileira. Ela é muito importante para determinar a rentabilidade de investimentos, principalmente os títulos de renda fixa, como o Tesouro Direto.

Além disso, a Selic serve como base para a definição dos juros que são cobrados por bancos ao conceder créditos para usuários ou oferecer outros serviços, como financiamentos e consórcios.

Como novas informações sobre a Selic foram divulgadas, é preciso que os investidores consigam entender a diferença entre a taxa Selic Over e a taxa Selic Meta. Os dois tipos, apesar de possuírem uma relação, são estabelecidos de forma diferente e, por isso, possuem características distintas.

A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária (Copom), que é formado por membros da diretoria do Banco Central e outros dirigentes importantes para a economia do país, se reúne para determinar qual taxa deverá ser aplicada nos títulos públicos que são negociados. Essa taxa é chamada de Selic Meta.

Nessa reunião, é definido se os juros da economia do Brasil irão sofrer algum movimento, seja de queda ou de alta, ou permanecerão no mesmo patamar determinado na última reunião.

Se a Selic Meta é a taxa que é determinada pelo Copom, a Selic Over é definida pelo mercado de transação de títulos públicos. Sua definição acontece de acordo com a média ponderada de todas operações que envolvem esses títulos, por causa disso também pode ser chamada de taxa realizada.

Esse segundo tipo de taxa Selic existe por conta da possibilidade que os bancos possuem de negociar as taxas entre eles, tornando necessário entender o mercado para estabelecer qual é a taxa que realmente será utilizada entre as instituições financeiras.

Por outro lado, a Selic Meta serve como uma referência, um indicador que serve como base para estipular o valor dos juros utilizados no mercado de forma geral.

O número de investimentos que são afetados pela Selic não é pequeno. Além de influenciar diretamente os rendimentos de alguns títulos do Tesouro Direto e a poupança, essa taxa também serve como referência para o CDI (Certificado de Depósito Interbancário).

O CDI é o indicador usado como base para calcular rendimentos de títulos de renda fixa privados, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário) e as Letras de Crédito (LCI e LCA).

Como as instituições bancárias são grandes compradoras dos títulos públicos, a relação entre CDI e Selic é muito estreita. A influência entre elas é direta, sendo assim, o valor das duas taxas são bem próximos.

Dessa forma, à medida em que há alguma alteração da taxa Selic, seja ela Meta e principalmente a Over, os rendimentos dos investimentos, especialmente os de renda fixa, também podem ser alterados. Portanto, investidores devem ter atenção ao que acontece no mercado para manter o equilíbrio de sua estratégia de investimento.

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