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Coronavírus

Moradores de Paraisópolis pedem mais apoio do governo de SP

Grupo de moradores vai até o Palácio dos Bandeirantes cobrar políticas públicas em caso de lockdown na cidade de São Paulo

18 mai 2020 - 11h06
(atualizado às 11h24)
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Moradores da favela de Paraisópolis, em São Paulo, realizaram uma manifestação nesta segunda-feira, 18, pedindo apoio do governo estadual às comunidades em um possível lockdown, medida que obriga a população a permanecer em casa para combater a pandemia do coronavírus. Organizados pelo grupo G10 das Favelas, cerca de 100 moradores caminharam de Paraisópolis até as proximidades do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual.

Em Paraisópolis (SP), falta de água e acesso a itens básicos de higiene dificultam combate à covid-19
Em Paraisópolis (SP), falta de água e acesso a itens básicos de higiene dificultam combate à covid-19
Foto: Amanda Perobelli / Reuters

Os manifestantes não conseguiram se aproximar do centro do poder paulistano. Um bloqueio da Tropa de Choque da Polícia Militar, com várias viaturas da Polícia Militar, foi montado a uma distância de 100 metros da entrada principal. Utilizando máscaras para proteção e protetores para o rosto (face shield), os manifestantes saíram de Paraisópolis por volta das 8h30, caminhando em fila, mantendo o distanciamento de um a dois metros e se concentraram no local do bloqueio.

"São 60 dias da pandemia declarada no estado de São Paulo e até hoje não se criou nenhuma política pública para as comunidades", disse a presidente da Associação das Mulheres de Paraisópolis, Elizandra Cerqueira. "Estamos cobrando do governo políticas públicas para o enfrentamento do Covid nas favelas", completou.

O movimento defende que um endurecimento de medidas de combate a pandemia, como o lockdown, pode prejudicar ainda mais pessoas em situação de vulnerabilidade, já que as comunidades enfrentam problemas como "falta de água, testes, serviço de ambulâncias, alimentação e higiene". Os organizadores afirmam que as comunidades estão promovendo mutirões de distribuição de cestas básicas, confecção de máscaras por artesãs locais e uso de escolas para isolamento de pessoas com sintomas leves de covid-19.

No começo da pandemia, a comunidade contratou ambulâncias, médicos e enfermeiros. Além disso, foram escolhidos 420 "presidentes de rua", voluntários que são responsáveis por zelar por trechos de vias predefinidos, cada uma com cerca de 50 casas. Os "presidentes" monitoram se algum morador de sua região tem sintomas da covid-19 ou se precisa de atendimento médico. Outra tarefa é identificar as famílias com necessidades financeiras. Após serem identificadas, essas famílias passam a receber marmitas diárias feitas por mulheres da comunidade. São distribuídas mais de mil marmitas por dia.

Outro lado

O Estadão solicitou um posicionamento do governo estadual sobre as reclamações dos moradores de Paraisópolis e aguarda uma resposta.

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