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Coronavírus

Butantã: Demora na liberação de insumos atrasa vacina

Diretor do instituto afirmou que previsão era começar produção da coronavac na segunda quinzena de outubr

28 out 2020 - 14h49
(atualizado às 14h53)
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O diretor do Instituto Butantã, Dimas Covas, declarou nesta quarta-feira, 28, que a demora na liberação para importação de insumos pode impactar na produção nacional Coronavac, vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Butantã e em fase de testes. Segundo ele, a solicitação aguarda aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há mais de um mês, desde 23 de setembro.

Dimas Covas, em entrevista à Reuters
  28/8/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Dimas Covas, em entrevista à Reuters 28/8/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

"Desde quando nós iniciamos todo esse processo da vacina, obviamente que cada dia conta. E a nossa previsão era para iniciar a produção da vacina na segunda quinzena de outubro", destacou Covas em coletiva de imprensa sobre medidas estaduais no combate à pandemia da covid-19, realizada no Palácio dos Bandeirantes.

"Esse atraso na emissão dessa autorização pode ter sim efeito na produção da vacina. Cada dia que nós aguardamos essa autorização significa um dia a menos de vacina", completou.

Segundo ele, a solicitação entrou na terça-feira, 27, no circuito deliberativo da agência e o resultado deve sair até 5 de novembro. "Esperamos que essa decisão seja tomada o mais rapidamente possível pela Anvisa, que diversas vezes manifestou a sua independência e o seu apoio ao desenvolvimento de vacinas", comentou. "O Butantã está pronto para começar a produzir."

Tadeu Covas ainda informou que o Butantã também aguarda autorização das autoridades chinesas para exportar nos próximos dias as 6 milhões de doses já prontas da Coronavac, que serão acondicionadas até a comprovação da eficácia e início da vacinação.

Também na coletiva, o governador João Doria (PSDB) voltou a declarar que defende uma campanha nacional de imunização, mas disse que, se isso não ocorrer, o Butantã pode disponibilizar o imunizante a outros Estados que tiverem interesse. Além disso, afirmou que São Paulo poderá bancar as demais doses para atingir o número de 100 milhões mesmo sem verba do Ministério da Saúde.

"Infelizmente, se houver uma negativa por ações de ordem política ou ideológica, São Paulo, mediante a aprovação da Anvisa comprará a vacina, distribuirá a vacina e disponibilizará para todos os governos estaduais que desejarem adquirir a coronavac para a imunização da sua população", disse.

Ele também fez críticas a posições de aliados do presidente Jair Bolsonaro em relação à vacinação. "Acreditamos que a birra política não pode vencer o bom senso e a insensatez não pode vencer a esperança", declarou.

Procurada pelo Estadão, a Anvisa não se manifestou sobre o tema até o momento.

Estadão
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