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Comissão do Senado aprova 32 nomes para representações do País e embaixadas

Para assumir cargos, diplomatas precisam do aval do plenário; senadoras questionaram a baixa representatividade feminina entre as indicações do governo federal

21 set 2020 - 23h03
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BRASÍLIA - A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou nesta segunda-feira, dia 21, indicações de 32 nomes para representações do Brasil em diversos países, e não só para embaixadas. Além de embaixadas, senadores deram aval a nomes para a Agência Internacional de Energia Atômica e para a Organização de Aviação Civil Internacional. Para assumir os cargos, porém, os indicados ainda precisam do aval do plenário. As votações desses nomes e dos indicados para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster, e no Líbano, Hermano Telles Ribeiro, -- que já haviam sido aprovados pelo colegiado -- estão previstas para esta terça-feira, 22.

Os senadores começaram nesta segunda-feira um mutirão para destravar sabatinas e indicações de autoridades travadas nos colegiados. Desde março, as sessões presenciais do Senado foram suspensas por conta da pandemia da covid-19. Apesar da adaptação do sistema para votações à distância, a tecnologia não garante o sigilo para votações secretas, o que impediu a apreciação de nomes de autoridades nos últimos seis meses.

Comissão do Senado se reúne em sistema semipresencial para sabatina de indicados para missões diplomáticas no exterior
Comissão do Senado se reúne em sistema semipresencial para sabatina de indicados para missões diplomáticas no exterior
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado / Estadão

Para receber os senadores, as cadeiras da comissão foram sinalizadas para indicar quais poderiam ser ocupadas, e a entrada na sala foi restrita aos parlamentares e poucos funcionários. Os senadores também puderam acompanhar as sabatinas online, mas a presença foi obrigatória para registrar votos. Totens foram espalhados pela área interna da Casa e na garagem, em um sistema de "drive thru".

Durante as sessões, que começaram às 8h, os indicados tiveram apenas cinco minutos para defenderem suas recomendações, que foram analisadas em blocos. Alguns tiveram que responder questões complementares de senadores ou enviadas pela sociedade.

Pela manhã, senadores ensaiaram um movimento para barrar as votações em resposta às declarações do secretário de Estados dos Estados Unidos, Mike Pompeo, sobre a Venezuela em viagem ao Brasil. Os senadores seguiram a análise das indicações após aprovarem convite para o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, prestar explicações.

Nesta terça-feira, as votações serão na Comissão de Constituição e Justiça do Senado para análises de nomes. Estão previstas duas reuniões: pela manhã, o colegiado deve analisar três indicações para ministros do Superior Tribunal Militar. À tarde, será apreciada a indicação de Maria Thereza de Assis Moura, para o cargo de corregedora-geral do Conselho Nacional da Justiça.

Representatividade feminina

Ao longo das sessões, senadoras questionaram a baixa representatividade feminina entre as indicações enviadas pelo governo federal. Entre os nomes analisados hoje, havia apenas duas mulheres. A senadora Leila Barros (PSB-DF) afirmou que pedirá ao Ministério das Relações Exteriores a lista das chefias dos postos no exterior.

"Pelo que pude apurar, a proporção de mulheres no Itamaraty é de 23% para 77% dos homens. Pois, ao longo de mais de um ano e meio em que estou nesta Casa, no Senado Federal, posso assegurar a todos vocês que tenho certeza de que foram menos de 20% as indicações de mulheres para as embaixadas brasileiras", disse.

A crítica foi reforçada pela senadora Kátia Abreu (PP-T). "Hoje, por exemplo, poderíamos estar aprovando aqui e fazendo justiça à competência e à carreira das mulheres diplomatas", disse. A parlamentar afirmou que essa questão é um dos questionamentos a serem feitos ao ministro Ernesto Araújo, que prestará esclarecimentos aos parlamentares na quinta-feira, 24.

Estadão
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