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Mobilidade no futuro é tema em São Paulo

Cidade tem metas claras para reduzir 24,8% nas emissões de material particulado, que estão previstas na política municipal de mudança climática

2 out 2019 - 10h47
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A cidade de São Paulo é sede da 15ª edição do Veículo Elétrico Latino-Americano. É um evento que que trata de assuntos ligados a mobilidade no futuro.   

Edson Caram, secretário municipal de Mobilidade e Transporte da cidade de São Paulo, disse que a prefeitura da cidade está trabalhando para evoluir a mobilidade elétrica e, em 20 dias, começará a circular na cidade 15 ônibus totalmente elétricos da BYD. Os veículos foram adquiridos por uma empresa local, com energia 100% limpa, proveniente de uma fazenda de sistema de energia solar. O excedente é compartilhado na rede, aumentando a sua capacidade.

O secretário apontou ainda que a cidade possui metas claras e ousadas para a redução de emissões, que estão previstas na política municipal de mudança climática e nos contratos que acabaram de assinar na nova concessão de transporte municipal. As expectativas para 2020 são: reduzir 24,8% nas emissões de material particulado; 20,5% nas emissões de oxido de nitrogênio e 13,6% nas emissões de dióxido de carbono. Em 2030, a redução deverá ser de 91,3% em material particulado, 90,7% nas emissões de oxido de nitrogênio e 60,3% nas emissões de dióxido de carbono.

Painel do Veículo Elétrico discute cidades inteligentes e sustentáveis

Algumas cidades do Brasil já apresentam boas práticas, apesar da política do asfalto. Muitos governantes discutem a expansão de ciclovias, visando tornar as viagens mais sustentáveis, enquanto outros debatem as políticas de calçadas, já que, em termos de mobilidade urbana, a maior parte dos cidadãos realiza seu deslocamento a pé.

Especialistas discutiram no painel sobre tecnologia e como utilizá-la. É necessário se preparar para um novo mindset de mudanças, a fim de atingir a qualidade de vida desejada. O especialistas afirmam que não teremos uma troca de veículos a combustão por elétricos, mas sim uma revolução urbana com as cidades inteligentes, integrando tecnologias como inteligência artificial e internet das coisas, entre outras.

Congresso discute Brasil x China e aponta desafios para eletrificação

O C-Move, Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos, apresentou cenários e perspectivas para o ecossistema da mobilidade elétrica no Brasil e no Mundo. Bernardo Ferreira e Felipe Fava, associate partners da Mckinsey, trouxeram comparativos do mercado brasileiro com outras regiões de desenvolvimento elétrico no mundo, como a China.

Devido aos subsídios do governo, a China é o país com maior número de postos de recarga, viabilizando modelos 100% eletrificados. Já o Brasil, por conta da sua infraestrutura em desenvolvimento, deve atingir, por exemplo, o patamar de 1% de caminhões elétricos somente em 2030. Vinte anos depois, em 2050, a perspectiva é que este número suba para 11%.

O mercado de veículos comerciais pesados foi destaque também quando o assunto é custo dos caminhões. Por conta do peso da bateria, distâncias percorridas e do valor do combustível, a paridade de preços com os modelos movidos a diesel é ainda um desafio. Há também a barreira da infraestrutura de postos de recarga em um território tão grande.

Público testa modelos elétricos e híbridos 

Os visitantes do Veículo Elétrico Latino-Americano aproveitam o evento para dirigir os diversos híbridos e elétricos disponíveis no local. O destaque é a pista de testes dentro do pavilhão. Afinal, com o avanço da tecnologia, os modelos do futuro não emitem ruídos e nem fumaça.

Pesquisa inédita 

Um estudo inédito, focado no comportamento do consumidor em relação aos veículos híbridos elétricos foi apresentado neste primeiro dia de evento. Segundo dados da pesquisa divulgada pela Ipsos, atualmente, os dois fatores que mais incomodam os motoristas nos veículos movidos a combustão são a emissão de poluentes e o elevado preço do combustível. Ainda de acordo com o estudo, entre o público entrevistado ficou evidente que os homens, da geração Z e com maior renda são os mais familiarizados com o tema.

Outro dado relevante da pesquisa mostra que 80% dos entrevistados compraram veículo híbrido devido à economia de combustível. Além disso, 55% dos que já possuem um híbrido afirmam que na próxima troca de carro será por um novo híbrido ou elétrico.

Com base nessa pesquisa, também foi possível identificar que o veículo elétrico ideal para o brasileiro deve contemplar alguns atributos, como ter tempo de carregamento entre 20 e 30 minutos, autonomia entre 200 Km e 300 Km, ser carregado uma vez ao dia, ter a mesma linha de design em relação aos carros a combustão e ter a energia elétrica como fonte primária, entre outros.

Os tipos de empresa que moverão esse setor, pelo estudo, estão divididos da seguinte forma: 80% pelas montadoras tradicionais, 28% por empresas de tecnologia e 19% por empresas de car sharing.

O estudo também detectou alguns pontos que devem ser avaliados para melhorar as condições e estimular a maior demanda por automóveis elétricos no Brasil.

Confira os principais:

- para 35% dos participantes da pesquisa não há facilidade para encontrá-los no mercado

- 33% afirmam que não é fácil encontrar estações de carregamento

- 32% avaliam como de alto custo geral

- para 30% os modelos atrativos são muito caros

- 29% acreditam que a autonomia não é adequada para percorrer longas distâncias

Fonte: Comunicação - VE- Latino Americano 2019 

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