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Capa: O rosto da moda de 2020

Fashion darling do momento, Kaia Gerber se destaca da sombra da mãe, Cindy Crawford, ícone da era das supermodels nos anos 1980, dentro e fora das passarelas

28 mar 2020 - 17h11
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Se existe alguém que nasceu na moda e literalmente tem uma referência do que esperar da indústria, esse alguém é Kaia Gerber. Convivendo em um círculo de relacionamentos criado por sua mãe, Cindy Crawford, e pai, o ex-modelo e empresário Rande Gerber, hoje ela está em uma construção sólida de sua própria carreira como modelo. Após tanto tempo vivendo em uma atmosfera baseada no clã Kardashian-Jenner, a moda precisava de um frescor, e Kaia serve como referência de estilo para mulheres de diferentes idades. Isso é o mais curioso sobre ela: como consegue atingir públicos tão diferentes sendo ainda tão nova?

Modelo veste a alfaiataria do inverno 2020 da grife italiana Bottega Veneta. 
Modelo veste a alfaiataria do inverno 2020 da grife italiana Bottega Veneta.
Foto: Divulgação / Estadão

A norte-americana, de 18 anos, tem aparecido nos desfiles certos e se transformou no rosto da moda de marcas como Chanel, Prada, Bottega Veneta, Givenchy e Miu Miu. Sua beleza clássica traz um contraste novo para esta geração. Nada de bocão, cabelão e corpão. Ela tem traços delicados, cabelos curtos e, fora de cena, aparece praticamente sem maquiagem. Uma representação oposta do que foi visto por tanto tempo nos holofotes - com superproduções, curvas acentuadíssimas e contornos. Um surreal irreal que já cansou.

Os excessos podem ter sido o estopim para validar a necessidade de uma nova referência. A moda pede isso o tempo todo. Um certo distanciamento do que é tendência permite chegar ao que é realmente belo - e não estamos falando sobre perfeição. O equilíbrio em si é o resultado dessa busca, nem mais, nem menos. Kaia parece tirar de letra essa equação. Ela assumiu o corte de cabelo acima dos ombros. O corpo, além da genética dos pais, é trabalhado com uma combinação de exercícios e alimentação saudável. No rosto, um ritual de skincare precioso, mas coerente com a idade.

Desde o desfile do verão 2018, da Calvin Klein, aos 16 anos, Kaia é observada. Na ocasião, ela foi vista pela primeira vez cruzando uma passarela, com seu olhar ainda tímido. Logo em seguida, as publicações adotaram novas medidas sobre limitações de idade no setor, ou seja, que nenhuma modelo com menos de 18 anos poderia aparecer nos editoriais. A proibição ocorreu por causa da série de assédios e agressões sexuais em meio aos movimentos #MeToo e Time's UP. E ela, em vez de sentir que foi prejudicada, viu nisso uma oportunidade para ser ouvida e respeitada - algo que, claramente, não era muito comum na época em que Cindy começou, na década de 1980. Após alcançar a idade certa, Kaia marcou capas de revistas mundo afora. A sua maturidade a fez ganhar o público, não só pela beleza, mas pela personalidade. O fato de os pais nunca terem isolado Kaia e o irmão, o também modelo Presley, foi uma forma de deixá-la ainda mais confiante.

De acordo com ela, é um elogio incrível quando a comparam com Cindy - seja pela sua forma de agir ou de ver o mundo. O que é especial nessa relação entre as duas é a maneira como separam as situações: cada uma representa a sua geração na moda. Durante a temporada do verão 2018 da Versace, Cindy apareceu ao lado de Carla Bruni, Claudia Schiffer, Naomi e Helena Christensen no desfile em uma coleção que homenageava o estilista Gianni Versace. Na mesma apresentação, ela e a filha estiveram juntas na passarela.

Com tantas evidências de estar seguindo os passos da mãe na carreira, Kaia mostra seu olhar contemporâneo para o que é a moda e a vida de modelo. Sem falar nas suas experiências que, invariavelmente, têm o adendo das redes sociais - o que favorece essa comunicação ainda mais direta com seus seguidores. Algo muito distante da forma como Cindy lidava com seus fãs.

Tudo indica que na moda também a fruta não cai muito longe do pé.

Estadão
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