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TSE: PF nunca citou risco de fraude nas urnas eletrônicas

Órgão rebateu fala de Bolsonaro, que acusou o TSE de esconder um ataque hacker em 2018, no período das eleições

5 ago 2021 - 09h53
(atualizado às 10h17)
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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) esclareceu, em nota divulgada nesta quinta-feira, que o ataque hacker ocorrido no início de 2018 não trouxe qualquer riscos às eleições daquele ano e que a Polícia Federal, que investigou o caso a pedido do próprio tribunal, nunca comunicou qualquer indicativo de risco de fraudes no sistema.

Mulher vota durante eleições muncipais em seção eleitoral no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro
15/11/2020 REUTERS/Ricardo Moraes
Mulher vota durante eleições muncipais em seção eleitoral no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro 15/11/2020 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

"O acesso indevido, objeto de investigação, não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018. Isso porque o código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação. Nada de anormal ocorreu", diz a nota do tribunal.

Em entrevista a rádio Jovem Pan, na noite de quarta-feira, Bolsonaro acusou o TSE de esconder o ataque e usou o fato de o hacker ter supostamente chegado ao código fonte das urnas eletrônicas como justificativa para declarar que votos poderiam ser adulterados.

De acordo com o TSE, o código fonte é acessível a partidos, à Polícia Federal, ao Ministério Público e a entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) 180 dias antes das eleições para que seja fiscalizado. Antes do pleito, o código é assinado e lacrado, não sendo mais acessível a ninguém.

O TSE lembrou, ainda, que as urnas eletrônicas jamais são colocadas em rede, o que impede que sejam acessadas remotamente, como alegam os defensores das teorias contrárias às urnas.

"Cabe reiterar que as urnas eletrônicas jamais entram em rede. Por não serem conectadas à internet, não são passíveis de acesso remoto, o que impede qualquer tipo de interferência externa no processo de votação e de apuração. Por essa razão, é possível afirmar, com margem de certeza, que a invasão investigada não teve qualquer impacto sobre o resultado das eleições", diz o texto.

A investigação da Polícia Federal corre em sigilo, mas foi apresentada por Bolsonaro na noite de quarta e sua íntegra, publicada por ele nas redes sociais. Não há, no inquérito, qualquer conclusão que sugira risco de adulteração das urnas, ao contrário do que disse o presidente.

De acordo com o TSE, a PF também não comunicou o tribunal de nenhum risco desse tipo.

"O próprio TSE encaminhou à Polícia Federal as informações necessárias à apuração dos fatos e prestou as informações disponíveis. A investigação corre de forma sigilosa e nunca se comunicou ao TSE qualquer elemento indicativo de fraude", diz a nota.

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