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Teich diz que havia desejo de Bolsonaro de adotar cloroquina, mas não recebeu ordem direta

5 mai 2021 - 14h35
(atualizado às 16h15)
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O ex-ministro da Saúde Nelson Teich afirmou nesta quarta-feira que havia o desejo do presidente Jair Bolsonaro de adotar a cloroquina como protocolo no tratamento do Covid-19, mas que não houve uma ordem direta do chefe do Executivo para ele determinando o uso desse medicamento que não tem eficácia comprovada para o coronavírus.

Cloroquina em hospital em Porto Alegre
26/5/2020 REUTERS/Diego Vara
Cloroquina em hospital em Porto Alegre 26/5/2020 REUTERS/Diego Vara
Foto: Reuters

"Existia um desejo do presidente para fazer isso (adotar a cloroquina como protocolo)", disse ele, em depoimento na CPI da Covid do Senado.

"A gente conversava, e ele comentava que ele tinha a posição dele, mas uma ordem eu nunca recebi", destacou.

O ex-ministro disse que não tem indicação de uso de um kit para tratamento de Covid e há médicos que estão indicando remédios que não funcionam. Para ele, seria "inadequado" e "errado" essa prescrição.

Teich, que ficou no cargo entre 17 de abril e 15 de maio do ano passado, creditou o seu pedido de demissão do cargo à falta de autonomia para conduzir seu trabalho. "A cloroquina foi realmente pontual, mas existiam outras coisas que aconteceram que já foram colocadas, mas a minha saída essencialmente foi porque eu não teria a autonomia e a liderança para conduzir da forma que eu achava que devia", afirmou.

IMUNIDADE

O ex-ministro disse também que a chamada tese da imunidade de rebanho é um erro, e a imunidade se adquire por meio da vacinação.

Em falas públicas, o presidente chegou a sugerir que o grau de casos do Covid-19 poderia cair em caso de um amplo contágio com a doença.

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