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SP: PM diz que não evitou invasão de Instituto Royal para evitar confronto

22 out 2013 - 16h28
(atualizado às 19h21)
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A Polícia Militar de São Paulo afirmou nesta terça-feira, em nota, que, apesar de policiais estarem no local no momento que o Instituto Royal, em São Roque (SP), foi invadido na sexta-feira (18), a PM não agiu porque “optou por evitar colocar em risco a integridade física das pessoas”.

Você sabia: por que os beagles são usados em pesquisas de medicamentos?

A PM afirma que tentou negociar para que os ativistas que protestavam em frente ao Royal fossem recebidos por representantes do instituto durante a sexta-feira.

De acordo com a PM, o “número de pessoas que chegavam ao local aumentava expressivamente, passando rapidamente a cerca de 70 integrantes” e, às 2h, “alguns ativistas, num ponto inacessível às viaturas, transpuseram cercas, invadiram o instituto e abriram a entrada principal para os demais.

Constada a invasão, a PM afirma que não houve ação policial para “evitar colocar em risco a integridade física das pessoas, entre as quais muitas mulheres, e dos animais, num confronto direto, que tornaria o resultado do evento ainda mais grave”. 

Ativistas retiram animais de instituto

Ativistas invadiram, por volta das 2h de 18 de outubro de 2013, a sede do Instituto Royal, em São Roque, no interior de São Paulo, para o resgate de cães da raça beagle que seriam usados em pesquisas científicas. Mais tarde, coelhos também foram retirados do local. Cerca de 150 pessoas participaram da invasão. Ao todo, 178 cães foram retirados do instituto. O centro de pesquisas era alvo de frequentes protestos de organizações pelos direitos dos animais.

Os beagles são usados por ter menos variações genéticas, o que torna os resultados dos testes mais exatos. Apesar de os ativistas relatarem diversas irregularidades, perícia feita no Instituto Royal não constatou indícios de maus-tratos aos animais. No dia seguinte à invasão, um novo protesto terminou em confronto entre policiais militares e manifestantes e provocou a interdição da rodovia Raposo Tavares. Quatro pessoas foram detidas.

Em nota, o Instituto Royal refutou as alegações dos manifestantes. "O instituto não maltrata e nunca maltratou animais, razão pela qual nega veementemente as infundadas e levianas acusações de maltrato a seus cães. Sobre esse ponto, o instituto lamenta que alguns de seus cães, furtados na madrugada da última sexta-feira, estejam sendo abandonados", diz a nota, acrescentando que todas as atividades desenvolvidas no local são acompanhadas por órgãos de fiscalização.

Segundo o instituto, a invasão de sua sede constituiu um "ato de grave violência, com sérios prejuízos para a sociedade brasileira, pois dificulta o desenvolvimento de pesquisa científica no ramo da saúde". A invasão ao local, de acordo com a posição do Royal, provocou a perda de pesquisas e de um patrimônio genético que levou mais de dez anos para ser reunido. O instituto também informou que os animais levados durante a invasão, quando recuperados, serão recolhidos e receberão o tratamento veterinário adequado, podendo ser colocados para adoção.

Marcelo Morales, coordenador do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) - órgão responsável pela fiscalização do setor -, afirmou que nenhum animal retirado do laboratório sofria maus-tratos ou tinha mutilações. De acordo com o médico, o instituto era acompanhado pelo Concea, ligado aos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Saúde, nos testes para medicamentos coadjuvantes na cura do câncer, além de antibióticos e fitoterápicos da flora brasileira, feitos a partir de moléculas descobertas por brasileiros. "Milhões de reais foram jogados no lixo e anos de pesquisas para o benefício dos brasileiros e dos animais também foram perdidos", disse o pesquisador.

Fonte: Terra
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