SIP condena assassinato de jornalista na fronteira Brasil-Paraguai
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol) condenou nesta sexta-feira o assassinato de um jornalista perto da fronteira do Paraguai com o Brasil, assim como as ameaças recebidas por outros dois repórteres, e pediu às autoridades uma investigação "rigorosa" dos fatos.
Carlos Manuel Artaza, um fotógrafo do governo do departamento de Amambay, de 46 anos, foi baleado por desconhecidos na quarta-feira, em Pedro Juan Caballero, na fronteira do Paraguai com o Brasil. Artaza não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte, destacou a SIP em um comunicado.
O jornalista sofreu uma emboscada depois da comemoração pela vitória de seu candidato ao governo na eleição geral de domingo, o liberal Pedro González.
Nessa mesma cidade, o jornalista da Rádio América, Aníbal Gómez, e o correspondente do jornal ABC Color de Assunção Cándido Figueredo receberam ameaças de morte, denunciou a SIP.
As autoridades do Paraguai devem "investigar esses atos de violência com rapidez e rigor para conhecer o motivo do crime, a origem das ameaças, apontar os responsáveis e colocá-los à disposição da Justiça", afirmou o presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da SIP, Claudio Paolillo.
O assassinato de Artaza ocorreu na véspera de 26 de abril, Dia do jornalista no Paraguai. Nessa data, homenageia-se outro repórter assassinado nesse mesmo dia, em 1991. O ataque contra Santiago Leguizamón, também ocorrido em Pedro Juan Caballero, continua impune.
A violenta fronteira entre Paraguai e Brasil já foi palco de outros homicídios de jornalistas este ano.
Pedro Juan Caballero é apontada como a porta de saída para Brasil e Europa da maconha produzida neste país, assim como rota da cocaína procedente de Colômbia, Peru e Bolívia.