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Relator da OEA diz que Bolsonaro fere liberdade de imprensa

Uruguaio Edison Lanza criticou declarações sobre Glenn Greenwald

29 jul 2019 - 19h55
(atualizado às 20h27)
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O relator especial para a liberdade de expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), o advogado uruguaio Edison Lanza, fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro por suas declarações sobre o jornalista Glenn Greenwald, cujo site, o Intercept Brasil, tem divulgado conversas do ministro da Justiça, Sergio Moro, com procuradores da Operação Lava Jato. No último final de semana, o mandatário brasileiro negou que uma portaria editada pelo Ministério da Justiça para agilizar deportações tenha o jornalista americano como alvo e afirmou que ele "pode pegar uma cana aqui no Brasil".

Relator da OEA diz que Bolsonaro fere liberdade de imprensa
Relator da OEA diz que Bolsonaro fere liberdade de imprensa
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

    "O presidente do Brasil lamentavelmente parece ter se esquecido da Constituição e de tratados internacionais sobre liberdade de expressão dos quais o Brasil é signatário", afirmou Lanza ao site da BBC News Brasil. Segundo o relator especial, Bolsonaro "adota uma lógica que lamentavelmente antes seguiam os presidentes como (Hugo) Chávez (Venezuela) e (Rafael) Correa". "Bolsonaro foi eleito com um discurso de liberdade de expressão e imprensa, mas o abandona rapidamente quando algo o incomoda.

    Não vejo diferença em relação ao comportamento de Chávez e Correa na América Latina", acrescentou o relator da OEA à publicação.

    Na entrevista, Lanza ainda ressalta que ao fazer comentários irônicos sobre a orientação sexual de Greenwald, Bolsonaro faz "um ataque discriminatório" e incita "um comportamento de perseguição" ao jornalista e à imprensa.

    "O trabalho do presidente é prevenir riscos, e não aumentá-los.

    Este é um discurso realmente perigoso, que desagrada e gera novas expressões de ódio. O direito à liberdade de expressão não permite que se desobedeça a direitos fundamentais para se extremar a polarização, especialmente às custas de um grupo que historicamente é discriminado", avaliou.

    Lanza ainda destacou que, com essas atitudes, o presidente brasileiro desobedece pelo menos dois tratados internacionais dos quais o país é signatário.

Ansa - Brasil   
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