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Política

Toffoli não vê pressão de Bolsonaro e empresários ao STF

'Continuo acreditando que diálogo é essencial', disse o presidente da Corte ao programa Roda Viva, da TV Cultura

12 mai 2020 - 00h13
(atualizado às 08h05)
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, afirmou que não considera tentativa de pressão a ida do presidente da República, Jair Bolsonaro, ao Supremo Tribunal Federal acompanhado de ministros e empresários para fazer pressão contra as medidas restritivas impostas no combate ao novo coronavírus. "Continuo acreditando que diálogo é essencial", disse ele ao programa Roda Viva, da TV Cultura. "Nesse sentido, a ida do presidente ao STF eu não vejo como constrangimento ou tentativa de pressionar o Supremo, até porque juiz está acostumado a receber pedidos", completou.

Presidente do Supremo, Dias Toffoli
07/11/2019
REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente do Supremo, Dias Toffoli 07/11/2019 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Sobre a preocupação de Bolsonaro com a reabertura econômica, Toffoli afirmou: "O mundo inteiro está pensando nisso (recuperação econômica). E quando se afeta a economia, afeta os mais pobres, a periferia. A primeira coisa a pensar é salvar vidas, mas temos que pensar no dia seguinte, que precisa de coordenação e orientação científica."

Em relação a declarações recentes do presidente da República, que disse que "não aceitaria interferência", Toffoli considerou que as decisões da Suprema Corte não foram interferências indevidas. "Tanto que são decisões judiciais que foram cumpridas." Sobre as manifestações em que se pediu fechamento do Congresso e do Supremo, o presidente do STF disse: "Em toda democracia, liberdade de expressão é garantida. O que não se pode admitir são calúnias, difamações e quem pede fim da democracia."

Toffoli, ao ser perguntado se a resposta do Judiciário a Bolsonaro não tem força suficiente, disse que "não vamos construir unidade e solução de problemas com notinhas públicas", e que quem decide o futuro do País é a política - poderes Executivo e Legislativo -, e não o Judiciário. O ministro afirmou que, de sua parte, falou quando foi necessário, mas no plenário do Supremo ou nos autos do processo. "Juiz fala nos autos e no foro, não vai à arena da política", afirmou.

Estadão
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