SP: ex-governador, Lembo diz que tempo de Serra já passou
28 out2012 - 22h15
(atualizado às 22h17)
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O ex-governador paulista Claudio Lembo (PSD) avalia que o tempo de José Serra (PSDB) "já passou" e que o próprio candidato foi culpado pela derrota para o petista Fernando Haddad na disputa pela Prefeitura de São Paulo neste domingo. "O candidato não mostrou aquilo que é fundamental numa eleição: simpatia, sorriso, capacidade de captar a vontade popular e, acima de tudo, foi excessivamente agressivo. Isso é mal. O brasileiro não gosta de agressividade", diz.
"Os tucanos vão preservar espaço pra ele, porém ele sofreu uma avaria muito grande", diz. Claudio Lembo assumiu o governo do Estado de São Paulo em março de 2006, depois que Geraldo Alckmin (PSDB) renunciou para concorrer à presidência. Ele acredita que o PSD, seu atual partido, pode "dialogar" com o prefeito eleito. Enquanto as alianças eram formadas, o PT chegou a flertar com o PSD, criado pelo prefeito Gilberto Kassab, mas a coligação não vingou.
Mais cauteloso, o vice-presidente do PSDB Alberto Goldman evitou críticas ao desempenho de Serra. Ele afirmou que a vitória de Haddad foi "indiscutível", apesar da "votação bastante expressiva" conquistada pelo PSDB. "Temos de repensar, fazer o máximo possível para trazer novos quadros para o partido e misturar com os experientes", disse, emendando uma comemoração pelo desempenho dos candidatos tucanos e coligados nas regiões Norte e Nordeste.
"Dentro das condições que nós trabalhamos aqui - com um enfrentamento muito pesado com o ex-presidente Lula e com a presidente Dilma Rousseff entrando pesado na campanha - nosso resultado foi positivo", avalia o ex-governador de São Paulo, que assumiu o cargo em abril de 2010, após Serra renunciar para concorrer à presidência.
Ao desejar sorte ao prefeito eleito na noite deste domingo, José Serra disse que sai "revigorado" dessa eleição. Não é o que pensa o cientista político Marco Aurélio Nogueira. Para o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o tucano terá "muita dificuldade para se reinserir no novo quadro que deve abrir dentro do PSDB". Nogueira lembra que em 2010, após perder para a atual presidente Dilma Rousseff (PT), Serra teve esse problema e encontrou resistência interna na escolha do candidato à Prefeitura este ano.
No entanto, Nogueira é cauteloso quanto à afirmação da militância petista de que essa derrota significa o "sepultamento" da carreira política de Serra. "A gente nunca pode enterrar os políticos antes da morte física. E mesmo depois, eles seguem vivos no plano simbólico. No entanto, acredito que esse golpe foi muito pesado na trajetória do Serra, levando em conta que ele não é uma pessoa jovem. Ele não tem mais muita energia e vitalidade para recuperar essa derrota", diz.
Para o professor, na campanha do PSDB em São Paulo "faltou muita coisa". Ele argumenta que, apesar da alta taxa de rejeição, Serra poderia ter sido um bom candidato. "Foi uma campanha de muito má qualidade do ponto de vista político e democrático e que não conseguiu se contrapor à campanha do PT, que também não foi extraordinária, mas que acabou se beneficiando muito dessa insistência na mudança, no fato novo, na rejeição do Serra", diz.
Oposição
O vice-presidente do PSDB Alberto Goldman garante que o partido adotará uma postura de cobrança frente ao novo governo municipal. "Vamos cobrar do novo prefeito Haddad que cumpra todas aquelas fantasias que ele apresentou no processo eleitoral", afirma. "Ele vai ter muita dificuldade de por em pé todas aquelas coisas que ele apresentou", diz Goldman.
Haddad conversa com Marta Suplicy e Eduardo Suplicy. Mais de 31 milhões de eleitores são esperados para votar no segundo turno
Foto: Bruno Santos / Terra
No total, 50 municípios de 17 Estados do País têm votação neste domingo
Foto: Bruno Santos / Terra
Nádia Campeão, vice de Haddad na campanha à prefeitura de São Paulo, conversou com convidados
Foto: Bruno Santos / Terra
Alexandre Padilha, Ministro da Saúde, apoiou o candidato
Foto: Bruno Santos / Terra
A Ministra da Cultura Marta Suplicy também esteve entre os convidados. Na imagem, ela cumprimenta o ex-marido, Senador Eduardo Suplicy
Foto: Bruno Santos / Terra
O candidato sentou à mesa com o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante (dir.), a Ministra da Cultura Marta Suplicy, a vice de sua campanha Nádia Campeão (esq.) e o Senador Eduardo Suplicy
Foto: Bruno Santos / Terra
O candidato à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad (PT), tomou café da manhã no hotel Intercontinental, no centro de São Paulo, antes da votação do segundo turno
Foto: Bruno Santos / Terra
O petista vota às 12h na Unib, Universidade Ibirapuera
Foto: Bruno Santos / Terra
Haddad foi bastante assediado pela imprensa em sua chegada
Foto: Bruno Santos / Terra
Antes de ir votar, o candidato do PT participou de um café da manhã organizado por seu partido em um hotel próximo à avenida Paulista
Foto: Bruno Santos / Terra
Ao votar, Haddad prometeu esforços, caso eleito, para formar parcerias com a presidente Dilma Rouseff e o governador Geraldo Alckmin
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Haddad registrou seu voto ao lado da filha Carolina, 12 anos, por volta do meio-dia
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Usando uma camisa da cor de seu partido, o candidato do PT registrou seu voto na Universidade Ibirapuera, no bairro de Indianápolis
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
O senador Eduardo Suplicy (PT) disse que a vitória do candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, representa uma "lição" para o PSDB e seu concorrente, José Serra, sobre a forma "agressiva" com que os tucanos levaram a campanha na cidade.
Foto: Bruno Santos / Terra
Em sua chegada, o candidato do PT falou com a imprensa. "O tema São Paulo em específico é muito importante para o desenvolvimento do País", disse ele
Foto: Bruno Santos / Terra
Com grande contingente de imprensa, membros do PT e eleitores em geral, Haddad teve muitas dificuldades em se aproximar da seção 10
Foto: Bruno Santos / Terra
"Temos uma boa expectativa, mas vou aguardar o resultado da eleição e a apuração serenamente", comentou Haddad
Foto: Bruno Santos / Terra
Na saída de Haddad, a coordenação do candidato petista entrou em atrito com profissionais do programa Pânico da TV Bandeirantes
Foto: Bruno Santos / Terra
Ao chegar no local de votação, Haddad cumprimentou os mesários
Foto: Bruno Santos / Terra
Favorito segundo as pesquisas de intenções de voto, o petista manteve postura novamente cautelosa em suas declarações
Foto: Bruno Santos / Terra
Ao votar, Haddad e a filha Carolina mostraram o número 13, sigla do PT
Foto: Bruno Santos / Terra
Gabriel Chalita (PMDB) comentou sobre o desempenho e o comportamento do tucano José Serra, que segundo ele "sai menor que entrou" da disputa na capital. "Serra fez campanha muito agressiva, de novo com a história de pegar um tema que não é referente à questão da cidade. Na eleição presidencial ele pegou o aborto, na eleição agora o kit-gay. Ele sai menor do que ele entrou", disparou.
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, do PT, chegou ao comitê de Fernando Haddad para a apuração dos votos. Recentemente, o ministro negou que o partido de qual faz parte vá acabar com as Organizações Sociais (OSs) e criticou José Serra, do PSDB
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e atual diretor de seleções da CBF, também deve presenciar a coletiva de imprensa de Fernando Haddad (PT)
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O ministro da Educação, Aloízio Mercadante - um dos cotados para disputar o governo de São Paulo em 2014 - faz o sinal da vitória a caminho do comitê da campanha de Haddad
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Nádia Campeão (PCdoB), vice de Haddad na campanha à prefeitura de São Paulo, também aguarda pronunciamento do candidato petista
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O ex-ministro do Esporte Orlando Silva (PCdoB) - que não conseguiu se eleger vereador em São Paulo - foi um dos políticos presentes no comitê da campanha de Haddad
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Sob forte chuva, Fernando Haddad (PT) deixa apartamento em São Paulo a caminho do comitê de campanha de sua candidatura, onde fará um discurso quando o resultado do segundo turno na capital paulista for anunciado
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
A ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT), disse que estava com o candidato tucano José Serra "entalado na garganta".
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Fernando Haddad (PT) venceu José Serra (PSDB) no segundo turno e foi eleito o 61º prefeito de São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
"Eu sou o segundo poste do Lula!", afirmou o prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), em comemoração na Av. Paulista, arrancando risos dos militantes. O petista incentivou os eleitores a manterem-se "vigilantes" e a cobrarem a execução de seu plano de governo nos próximos quatro anos.
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O candidato do PT conquistou 56% dos 5.730.844 votos válidos, contra 44% do concorrente José Serra (PSDB)
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Ao lado de sua vice, Nádia Campeão (PCdoB), o prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou em seu discurso após a confirmação da vitória que não pedirá paciência aos paulistanos e prometeu traçar prioridades e unir a cidade em torno de um projeto coletivo
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O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), falou em entrevista coletiva sobre seus desafios à frente da prefeitura da capital paulista, se dizendo eleito "pelo sentimento de mudança"
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Haddad agradeceu do "fundo do coração" ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva pela "confiança, orientação e apoio", sem os quais ele considera que seria impossível vencer
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O empresário Oscar Maroni, idealizador da famosa boate Bahamas, na zona sul de São Paulo, compareceu ao evento
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O petista Ricardo Berzoini entre as personalidades que celebraram a eleição de Fernando Haddad
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O ex-prefeito da capital paulista Paulo Maluf (PP), que estava no palanque durante o discurso de agradecimento de Haddad, não foi citado pelo prefeito eleito
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O cantor e vereador Netinho de Paula (PCdoB) comemora com o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, a vitória de Haddad
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Haddad disse ter sido eleito pelo sentimento de mudança que domina a alma do povo de São Paulo. "Pela vontade soberana dos paulistanos sou agora o prefeito eleito de São Paulo. Uma alegria imensa e uma enorme responsabilidade dividem espaço no meu peito", disse ele
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"Meu objetivo é diminuir o muro da vergonha que separa a cidade rica e a cidade pobre", disse o prefeito eleito
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Grupo desfila com bandeiras do PT durante a comemoração
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Cartaz exalta a vitória de Hadad em São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
A avenida é conhecida por abrigar durante muito tempo as grandes comemorações de diferentes públicos na cidade
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Multidão invade a Avenida Paulista para comemorar a eleição do novo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT)
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Após ser eleito prefeito de São Paulo, Fernando Haddad se encontrou com seu eleitores na Avenida Paulista
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
"Meu objetivo é diminuir o muro da vergonha que separa a cidade rica e a cidade pobre. É hora de fazer nascer uma nova São Paulo", declarou O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT).
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Jovem usa uma camiseta com a imagem de Lula durante a celebração da vitória de Haddad
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Militantes não economizaram nas bandeiras durante a comemoração na Avenida Paulista
Foto: Thaís Nozue / vc repórter
"São Paulo não é uma cidade conservadora, era uma cidade com forças conservadoras. Mas as forças adormecidas do progresso, da tolerância, da igualdade, voltaram nessa eleição. (...) Nós vamos trabalhar 4 anos, 365 dias por ano, 24 horas por dia para mudar essa cidade, pra transformar São Paulo", disse Haddad, durante comemoração com militantes.
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Ana Estela Haddad, mulher do agora prefeito, comemora com Haddad vitória em São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Nádia Campeão (PCdoB), vice-prefeita de Haddad, discursa durante a celebração na Avenida Paulista
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
Acompanhado da família e correligionários, o prefeito eleito de São PAulo, Fernando Haddad (PT), fez um discurso na Avenida Paulista