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Política

Renan ataca Onyx e diz que governo tentou minar candidatura

2 fev 2019 - 16h16
(atualizado às 16h37)
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Em discurso como candidato à Presidência do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL) acusou o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, de ter atuado para minar a sua candidatura. De acordo com o senador, o ministro foi o responsável por vazar para a imprensa uma ligação que o presidente Jair Bolsonaro fez para ele, na última quinta-feira, 31.

Na versão de Renan, Bolsonaro teria ligado para agradecer por uma mensagem publicada pelo senador desejando pronta recuperação de sua saúde. "Em nenhum momento ele tratou de política comigo", disse. Já a versão publicada por diversos veículos jornalísticos foi de que foi Bolsonaro quem parabenizou Renan por ele ter vencido a disputa interna no MDB pela indicação para a disputa.

"Com que pretensão a Casa Civil vazou o próprio telefonema do presidente? Será que quem fez isso tem a dimensão institucional necessária para um momento difícil do País", questionou o senador no púlpito do plenário. Para o senador, o motivo teria sido justamente a tentativa de esvaziar a sua candidatura.

Senador Renan Calheiros
Senador Renan Calheiros
Foto: Geraldo Magela / Agência Senado

No início de seu discurso, Renan afirmou que não é candidato à presidência apenas pelo fim nela mesma. "Nunca postulei, nunca tracei como projeto pessoal perseguir as glórias efêmeras ou exercer os poderes fugazes decorrentes de funções, por mais cobiçadas e distintas que possam parecer aos olhos de alguns senadores desta Casa", disse.

No fim de seu discurso, Renan voltou a se referir a Lorenzoni, embora não tenha citado o nome do ministro em nenhum momento. O senador afirmou que Lorenzoni empregou parentes seus em cargos no Senado e no governo federal.

A esposa de Lorenzoni, Denise Verbeling, é funcionária do gabinete de Davi Alcolumbre (DEM-AP), principal adversário de Renan na disputa.

De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo, o ministro da Casa Civil também assinou a nomeação da mulher do seu chefe de gabinete, Marco Rassier Filho, para um cargo de assessora especial no Ministério da Cidadania.

"Não podemos aceitar. O povo derrotou a maioria dos senadores por isso e, também por isso, eu ganhei", disse Renan.

Assim que encerrou sua fala, que durou mais tempo do que as dos outros candidatos, o senador Marcos do Val (PPS-ES) rebateu Renan e disse que, caso seja eleito, o resultado "envergonhará o Brasil". "Ontem, os velhos aqui, ao invés de darem exemplo, deixaram os novos com vergonha", completou.

Discurso

Ao longo de sua fala, Renan prometeu recuperar a credibilidade do Senado e garantir a sua independência. O senador voltou a se comprometer com a aprovação da reforma da Previdência, tema primordial para o governo de Jair Bolsonaro, e disse que será "liberal em tudo o que significar soltar as rédeas do Brasil para que ele possa correr em pista livre e muito conservador em tudo o que signifique retrocesso às nossas garantias e direitos constitucionais".

Renan também prometeu criar uma secretaria especial de assuntos constitucionais, de caráter consultivo, para analisar todos os projetos que passarem pela Casa.

O emedebista disse que já pediu ao Supremo Tribunal Federal a indicação de um jurista "impecável" para comandar o novo órgão, de preferência um ex-ministro da Corte.

Votação

Após o discurso de Renan, o presidente em exercício do Senado, José Maranhão (MDB-PB), abriu o processo eleitoral para a escolha do novo presidente da Casa.

Os senadores estão sendo convocados por Estado representante, de três em três, para votar em seu candidato. Os parlamentares vão usar uma cédula de papel e depositá-la numa urna de madeira. Cada bloco pode indicar um senador para fiscalizar a votação junto à Mesa.

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