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Política

Protestos são 'aviso' aos políticos, diz novo presidente do Paraguai

Horacio Cartes participa de café da manhã com empresários em Madri, na Espanha

24 jun 2013 - 09h19
(atualizado às 10h34)
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O presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, que está em viagem à Espanha, disse nesta segunda-feira que os protestos que vem ocorrendo em várias partes do mundo e no Brasil são um "aviso" à classe política, que deve governar para os cidadãos e não para uma classe privilegiada. O político afirmou que durante a campanha que o levou à vitória nas últimas eleições, viajando pelo país, percebeu "o contraste entre um pequeno grupo de privilegiados" e a pobreza de uma grande maioria. Ele participou hoje de um café da manhã com empresários na Casa da América, em Madri.

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

Cartes afirmou que um "modelo de política só para o privilégio de poucos" já recebeu "o primeiro aviso aqui, na Espanha, e hoje começa a existir outros avisos" em outras partes do mundo, como no Brasil, onde "o povo está cansado que falem de grandes resultados macroeconômicos". No encontro com os empresários espanhóis, moderado pelo presidente da Efe, José Antonio Vera, Cartes expôs seus planos para quando assumir a presidência do Paraguai em 15 de agosto.

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O político se comprometeu a criar um ambiente no Paraguai onde os investimentos estrangeiros se sintam seguros e a promover a colaboração público-privada para fomentar um crescimento sustentável. Cartes ressaltou que o Paraguai necessita reduzir as "despesas" e frisou que 93% da receita do país é gasta com salários públicos. O presidente eleito disse ainda que seu país precisa de portos, saneamento, estradas, energia limpa e fomentar a relação com o Brasil e a Argentina.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

EFE   
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