Moraes determina atendimento médico integral a Bolsonaro na sede da PF em Brasília
Ex-presidente foi preso preventivamente; defesa alegou piora do estado de saúde
O ministro Alexandre de Moraes determinou acompanhamento médico contínuo para Jair Bolsonaro na sede da PF em Brasília, após a defesa alegar piora em sua saúde; o ex-presidente foi preso preventivamente no dia 22 de novembro.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) receba acompanhamento médico contínuo na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde cumpre prisão preventiva. Ele foi preso neste sábado, 22, por volta das 6h.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
De acordo com a decisão do STF, os médicos que já cuidam da saúde do ex-presidente poderão atendê-lo na unidade da PF sem necessidade de autorização prévia do STF. Moraes destacou que o atendimento deverá ocorrer em regime de plantão.
A medida foi tomada após a defesa de Bolsonaro pedir que ele voltasse ao regime domiciliar em pedido feito na sexta-feira, 21. Os advogados alegaram risco à integridade física do ex-presidente e listaram problemas de saúde que, segundo eles, justificariam a permanência em casa. Bolsonaro estava preso em regime domiciliar desde 4 de agosto.
Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado. Ele foi levado à sede da PF, onde deve ficar em uma sala de Estado. A prisão é uma medida cautelar, ou seja, ainda não se trata do cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses de prisão a que foi condenado no julgamento da trama golpista.
Segundo a decisão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar, foi apresentada como um dos fatos novos para a definição da medida cautelar.
O que diz a defesa de Bolsonaro?
Em nota, a defesa afirmou que a prisão preventiva "pode colocar sua vida em risco" por causa de seu estado de saúde e disseram que irão apresentar recurso contra a decisão. Os advogados dizem que "causa profunda perplexidade" a motivação da prisão por causa da convocação de uma vigília de orações na casa do ex-presidente.
Eles também rebateram a suspeita de risco de fuga citada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e afirmam que ele estava sendo monitorado por policiais e foi detido com sua tornozeleira eletrônica.
Veja o comunicado na íntegra:
"A prisão preventiva do ex-Presidente Jair Bolsonaro, decretada na manhã de hoje, causa profunda perplexidade, principalmente porque, conforme demonstra a cronologia dos fatos (representação feita em 21/11), está calcada em uma vigília de orações. A Constituição de 1988, com acerto, garante o direito de reunião a todos, em especial para garantir a liberdade religiosa. Apesar de afirmar a “existência de gravíssimos indícios da eventual fuga”, o fato é que o ex-Presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais. Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco. A defesa vai apresentar o recurso cabível."

