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Política

Maia descarta impeachment, mas critica ameaça de Bolsonaro

Presidente da Câmara afirmou de que esse não é o momento de aumentar a crise política

24 ago 2020 - 11h18
(atualizado às 11h22)
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), descartou mais uma vez analisar os mais de 40 pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro apresentados à Casa e fez nesta segunda-feira a avaliação de que esse não é o momento de aumentar a crise política, em meio à epidemia do novo coronavírus e com os problemas econômicos que o país enfrenta.

Maia e Bolsonaro em evento no Palácio do Planalto
17/6/2020
REUTERS/Adriano Machado
Maia e Bolsonaro em evento no Palácio do Planalto 17/6/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Não acho que é o momento de avaliar processos de impeachment. Estamos vivendo uma epidemia, uma crise econômica", disse Maia em entrevista à Rádio Gaúcha de Porto Alegre. "Não acho que impeachment seja instrumento para ser usado a qualquer momento, tem que avaliar com calma."

Maia voltou a ser cobrado no domingo nas redes sociais sobre os pedidos de impeachment do presidente que se acumulam em sua mesa, depois de Bolsonaro ter dito a um repórter do jornal O Globo que "queria encher sua boca de porrada". O presidente foi questionado sobre o porquê de sua esposa, Michelle, ter recebido 89 mil reais de Fabrício Queiroz em sua conta bancária.

Maia afirmou que o episódio não tem relação com os pedidos de impeachment e não quis comentar os problemas enfrentados pela família Bolsonaro com as investigações sobre um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Mas criticou a reação de Bolsonaro à pergunta.

"Claro que isso não é bom. Não cabe uma reação desproporcional como a do presidente ontem. As nossas liberdades individuais, de imprensa, religiosa, têm um papel fundamental em qualquer sociedade", afirmou. "Uma frase com esse impacto vindo do presidente gera um impacto muito negativo, internamente e externamente."

Maia ressaltou, ainda, que os "últimos 66 dias foram muito bons para o país e seria bom que continuasse". O período a que ele se refere é o que o presidente evitou dar entrevistas e, com isso, não criou novas polêmicas e crises, sem ataques à imprensa, ao Parlamento ou ao Judiciário.

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