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Política

Lula e aliados terão mais cadeiras 'em risco' no Senado nas eleições de 2026; veja cenário

Mais da metade das vagas em disputa pertencem a senadoras considerados fiéis ao governo

24 jun 2025 - 15h32
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BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá de garantir uma taxa maior de vitória caso queira sair de 2026 com maioria no Senado. Nas eleições do ano que vem, cada Unidade da Federação vai escolher dois senadores. Ou seja, 54 cadeiras - ou dois terços da Casa - estarão em competição. Um levantamento do Estadão/Broadcast mostra que 52% das vagas em disputa pertencem a senadores considerados fiéis ao governo, contra 28% da oposição.

Isso representa um potencial de perda maior para o petista, em um momento em que a direita arma estratégias para avançar sobre o Senado, responsável por votar medidas como pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A contagem foi feita com base em um mapeamento de integrantes do governo no Senado. Pelo cálculo, do total de 81 senadores da República, Lula conta hoje com a maioria necessária para aprovar as matérias de seu interesse: estima-se que o Palácio do Planalto tenha 38 votos fiéis, contra 29 da oposição, encabeçada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os outros 14 são "flutuantes", ou seja, pendem para um lado ou outro a depender do tema.

Plenário do Senado Federal, que vai ter dois terços das vagas em disputa em 2026
Plenário do Senado Federal, que vai ter dois terços das vagas em disputa em 2026
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado / Estadão

Dos 38 da ala governista, 28 estarão em fim de mandato em 2026 e correm risco de não conseguirem a reeleição. Já na oposição, são 15 dos 29 fiéis. Os 11 restantes do total de 54 vagas a serem abertas são flutuantes - 20% do que estará em jogo.

Para começar 2027 com maioria (41) na Casa Alta, Lula terá que eleger 31 senadores aliados. Já a oposição precisará fazer menos, 27.

"O cenário está favorável para a direita no Senado em 2026. Fazer maioria nos ajudaria a implementar uma agenda de reformas estruturantes que permitam o País a retomar o desenvolvimento sustentável e o crescimento", disse ao Broadcast Político o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN).

Esquerda se contenta em não perder

Atualmente, o PT estima ter 38 votos fiéis à sua agenda, podendo chegar a 52 a depender da pauta. A ideia de governistas ouvidos pela reportagem é tentar manter um número parecido, a fim de garantir apoio aos projetos prioritários de um eventual quarto governo Lula e impedir o andamento de medidas da oposição, como as de impeachment contra ministros do STF e aberturas de Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito.

Para isso, o partido avalia priorizar o apoio a candidaturas de centro nos Estados em que não tiver nomes próprios competitivos. "A meta é manter maioria de democratas", disse ao Broadcast Político o líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

O cenário, porém, parece desfavorável à esquerda em quatro das cinco regiões:

Norte - A sigla não tem candidaturas claras em três Estados (Rondônia, Roraima e Tocantins) e há incerteza sobre o sucesso nos que têm, como no caso de Randolfe Rodrigues (PT), no Amapá;

Centro-Oeste - O cenário também é de dificuldade na região, sob alta influência do setor do agronegócio. No Distrito Federal, a direita tem três nomes considerados fortes, o da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o do governador Ibaneis Rocha (MDB) e o da deputada federal Bia Kicis (PL);

Sudeste - Enquanto integrantes da direita não escondem a vontade de concorrer ao Senado, poucos nomes da esquerda dão certeza da intenção de concorrer por ainda avaliarem os riscos de suas candidaturas. É o caso de Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (Psol) e José Eduardo Cardozo (PT), em São Paulo;

Sul - O PT pensa em lançar nomes como os da ministra Gleisi Hoffmann (PR) e de Paulo Pimenta (RS). Foi ventilado um apoio a Eduardo Leite no Rio Grande do Sul, mas petistas consideram que é o ex-tucano quem resistirá. Leite agora é filiado ao PSD.

A exceção parece ser a Região Nordeste, reduto eleitoral de Lula, tanto pelo número de pré-candidatos declarados quanto pela força dos nomes. Há, no entanto, o fato de que, das 18 cadeiras em jogo nos Estados que compõem a região, 14 são de governistas.

Direita quer foco total no Senado

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem dito abertamente que quer obter maioria no Senado. Articuladores do PL afirmam que a meta da sigla é aumentar a bancada de 14 para 25, a serem somados a aliados de outros partidos.

"A centro-direita quer fazer, no mínimo, 40 senadores. A eleição ao Senado é prioridade para Bolsonaro. A ideia é apoiar um bolsonarista e um aliado por Estado", afirmou à reportagem o presidente do PP e aliado de Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira (PI).

Legendas de direita têm se adiantado com mais força em quatro regiões - Sudeste, Norte, Centro-Oeste e Sul -, tanto na quantidade de interessados quanto nas articulações. Entre as apostas, há quatro integrantes da família Bolsonaro:

- Michelle Bolsonaro (PL) no Distrito Federal;

- Flávio Bolsonaro (PL), que já é senador e tentaria a reeleição pelo Rio de Janeiro;

- Eduardo Bolsonaro (PL), que é deputado federal e pode tentar uma das vagas de São Paulo; se ele não puder concorrer ou tentar a Presidência, há ainda debates sobre quem seria o nome alternativo (veja abaixo);

- Carlos Bolsonaro (PL), vereador e que poderia sair por Santa Catarina.

Somam-se à lista nomes cotados como Cláudio Castro (PL-RJ), Ricardo Salles (Novo-SP), Guilherme Derrite (PP-SP) e Marcel van Hattem (Novo-RS).

Dúvida sobre nome em São Paulo

Conforme mostrou o Estadão, a eventual saída de Eduardo Bolsonaro da briga é um fator que pode embaralhar a eleição ao Senado por São Paulo. Ele é citado como possível herdeiro da vaga de candidato a presidente, se Jair Bolsonaro optar por um nome da família. Além disso, há aliados que apostam que ele pode acabar inelegível em razão do inquérito a que responde por articular sanções a autoridades brasileiras no exterior para interferir no processo a que o pai responde por tramar um golpe de Estado.

Inicialmente, a costura da direita estava feita em São Paulo, com um nome indicado por Tarcísio, que seria o secretário Guilherme Derrite (PP), e outra definida por Bolsonaro, que já tinha escolhido Eduardo. Se o deputado licenciado não concorrer, outros nomes vão pleitear a vaga. São eles: Marco Feliciano (PL), Cezinha de Madureira (PSD), Lucas Bove (PL) e Mário Frias (PL).

Estadão
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