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Política

Lula diz ter sido cobrado por não falar outros idiomas

4 dez 2009 - 17h11
(atualizado às 17h33)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, em visita à Alemanha, que foi muito mais cobrado no cargo do que seus antecessores e até do que outros líderes mundiais, por não ter diploma universitário e não falar outros idiomas além do português.

A primeira-ministra alemã, Angela Merkel, cumprimenta o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva
A primeira-ministra alemã, Angela Merkel, cumprimenta o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva
Foto: AFP

"Ninguém nunca perguntou para o Obama se ele fala português ou fala alemão. Ninguém nunca perguntou para o (ex-chanceler alemão) Helmut Kohl se ele fala inglês ou não. Mas de mim, a cobrança era uma loucura", disse Lula em um encontro com empresários alemães em Hamburgo, sob aplausos da plateia.

"Mas eu tinha clareza de que eu não podia errar", acrescentou, referindo-se ao período em que era candidato a presidente. "E que a cobrança em cima de mim seria muito maior do que sobre qualquer outro presidente. Se eu fracassasse, ia durar mais 200 anos para um metalúrgico sem diploma universitário querer ser presidente da oitava economia do mundo."

"Qualquer presidente no Brasil, se ele fracassar, não tem problema, ele vem pra Europa passar dois anos fazendo palestra, vai para Harvard fazer um curso de pós-graduação", disse o presidente.

Mudanças climáticas
Em um discurso de quase uma hora para uma plateia de mais de 600 pessoas, no encerramento de um seminário para empresários alemães interessados em investir no Brasil, Lula falou da importância de levar posições concretas à Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, em Copenhague (Dinamarca), e fez elogios ao etanol brasileiro.

"Acredito que os alemães têm clareza de que não é possível continuar produzindo etanol do milho, nem etanol da beterraba", afirmou. "A cana-de-açúcar, produzida no Brasil ou em qualquer país africano que precisa de investimentos para se desenvolver, pode ser a nova matriz energética que nós estamos precisando criar para as próximas décadas", disse Lula.

O presidente elogiou a posição da Alemanha em relação às propostas climáticas a serem levadas para a cúpula na Dinamarca e acrescentou que Brasil e Alemanha devem se unir para criar soluções ambientais. "Podemos construir juntos, porque, dentre os países desenvolvidos, a Alemanha é o que mais tem tomado iniciativas para que a gente possa apresentar ao mundo uma proposta objetiva", disse.

Lula citou Estados Unidos e China como países que não têm a mesma visão e apelou a Pequim e Washington para que sigam "o exemplo brasileiro", levando propostas concretas à capital dinamarquesa. "Quando o Brasil tomou atitude é porque nós queremos chegar a Copenhague desafiando os outros países a cumprirem pelo menos aquilo que o Brasil esta se propondo a cumprir", disse. Nas últimas semanas, os dois países apresentaram metas que prometem levar à conferência.

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