Lula defende soberania brasileira e ataca 'traidores da pátria' em pronunciamento
Pronunciamento do presidente da República se dá um dia após o governo brasileiro manifestar 'indignação' com tarifas impostas pelos EUA
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento em rede nacional nesta quinta-feira, 17, em que abordou as tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra as exportações brasileiras, defendeu a soberania nacional e atacou 'traidores políticos'.
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Lula iniciou o discurso destacando a 'surpresa' com a carta de Trump, publicada no dia 9 de julho nas redes sociais, em que o republicano anunciou as tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros. Segundo o petista, o conteúdo foi recebido como uma 'chantagem inaceitável em forma de ameaça às instituições brasileiras'.
O presidente, então, passou a defender a soberania do Brasil, destacando a independência do Poder Judiciário, e afirmou que 'tentar interferir na Justiça brasileira é um grave atentado à soberania nacional'. Então, passou a atacar aqueles que chamou de 'traidores da pátria'.
"Minha indignação é ainda maior por saber que esse ataque ao Brasil tem o apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria. Apostam no 'quanto pior, melhor'. Não se importam com a economia do País e com os danos causados ao nosso povo", afirmou.
Lula também defendeu a regulamentação das plataformas digitais e voltou a repetir que para operar no Brasil, 'todas as empresas, nacionais e estrangeiras, são obrigadas a cumprir as regras'.
O presidente destacou reuniões com representantes dos setores produtivos, sociedade civil e sindicatos no que chamou de 'uma grande ação conjunta que envolve a indústria, o comércio, o setor de serviços, o setor agrícola e os trabalhadores'.
Em resposta à publicação de Trump, o petista ressaltou o superávit comercial dos Estados Unidos na relação com o Brasil e rebateu as acusações sobre 'práticas comerciais desleais' brasileiras, conforme documento apresentado pelo Escritório do Representante do Comércio dos Estados Unidos (USTR, sigla em inglês). Por fim, saiu em defesa do Pix e defendeu o atual rumo diplomático brasileiro.
"Não aceitaremos ataques ao PIX, que é um patrimônio do nosso povo. Temos um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo e vamos protegê-lo. Quando tomamos posse na Presidência da República em 2023, encontramos o Brasil isolado do mundo. Nosso governo abriu 379 novos mercados para os produtos brasileiros no exterior", declarou.
Por fim, o presidente afirmou que usará 'todos os instrumentos legais para defender' a economia nacional, citando recursos à Organização Mundial do Comércio e a Lei da Reciprocidade: "Não há vencedores em guerras tarifárias".
"Somos um País de paz, sem inimigos, acreditamos no multilateralismo e na cooperação entre as nações. Mas que ninguém se esqueça que o Brasil tem um único dono, o povo brasileiro", finalizou.
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