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Política

Governo descarta retaliação contra tarifa de Trump e prepara pacote de proteção à economia

Fernando Haddad afirma que Brasil responderá aumento tarifário com medidas defensivas e atuação nos canais diplomáticos

1 ago 2025 - 15h09
(atualizado às 17h16)
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Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
18/03/2025
REUTERS/Adriano Machado
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad 18/03/2025 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou, nesta sexta-feira, 1, que o governo federal não pretende adotar medidas de retaliação contra os Estados Unidos após o aumento tarifário imposto pelo presidente Donald Trump. 

Segundo o ministro, o foco das próximas ações será a proteção da economia nacional, com medidas voltadas para amenizar os impactos sobre a indústria e o agronegócio. Haddad explicou que nunca houve uma decisão formal de retaliar e que essa ideia não faz parte da abordagem do governo.

“Não houve desistência da decisão [de retaliar] porque essa decisão não foi tomada. Nós nunca usamos esse verbo para caracterizar as ações que a economia brasileira vai tomar. São ações de proteção da soberania, da proteção da nossa indústria, do nosso agronegócio”, disse ele a jornalistas.

Apesar da nova legislação brasileira, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em abril, que autoriza medidas de reciprocidade em resposta a práticas comerciais externas consideradas injustas, Haddad destacou que a estratégia do governo será recorrer a mecanismos legais e diplomáticos para defender os interesses do Brasil. Ele reafirmou que a palavra "retaliação" nunca fez parte do vocabulário oficial sobre esse assunto.

Moraes diz que há ‘explícita chantagem’ por anistia após sanções dos EUA:

“São medidas de reação a uma ação injustificável e proteção da economia e soberania brasileiras. Essa palavra [retaliação] não figurou no discurso do presidente e de nenhum ministro”, afirmou.

Atualmente, o Brasil segue as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), que proíbem a aplicação de tarifas discriminatórias a países específicos. Contudo, com a nova legislação em vigor, o país agora conta com instrumentos jurídicos para responder a práticas comerciais consideradas abusivas, como o aumento tarifário promovido pelos Estados Unidos.

“Nós entendemos que há canais competentes, nos quais o Brasil pode defender seus interesses na OMC [Organização Mundial do Comércio], na justiça americana, onde vários empresários tanto dos Estados Unidos quanto do Brasil estão recorrendo para salvaguardar seus interesses. E, sim, buscar os canais diplomáticos competentes para atenuar os efeitos da decisão sobre a economia brasileira”, acrescentou o ministro da Fazenda.

Em conversa com jornalistas no Ministério da Fazenda, Haddad classificou o aumento das tarifas como uma decisão com motivações políticas.

O decreto assinado por Donald Trump, na quarta-feira, 30 de julho, elevou para 50% a alíquota sobre produtos brasileiros. No entanto, uma lista de 700 exceções foi incluída, beneficiando setores estratégicos como o aeronáutico, o energético e parte do agronegócio. Já na quinta-feira, 31 de julho, Haddad afirmou que, levando em conta as exceções, o impacto do decreto foi menos severo do que o inicialmente previsto, embora ainda existam setores fortemente atingidos pela medida.

As estimativas segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin

O vice-presidente Geraldo Alckmin estimou que aproximadamente 35,9% das exportações brasileiras para os Estados Unidos serão afetadas pela tarifa de 50%. Isso porque, segundo ele, 45% dos produtos foram excluídos da elevação tarifária pelos norte-americanos. Além disso, o aço e o alumínio, que já estavam sujeitos a uma alíquota de 50%, permaneceram com essa taxa, enquanto automóveis e autopeças continuam com tarifa de 25%, como já era praticado para todos os países.

Haddad também confirmou que o governo está finalizando um pacote de medidas emergenciais para proteger empregos e setores atingidos pelas tarifas. Essas ações serão apresentadas ao presidente Lula e poderão ser anunciadas já na próxima semana.

“Do nosso lado aqui, já, junto com o vice-presidente Geraldo Alckmin, estamos encaminhando ao palácio do planalto as primeiras medidas já formatadas. Para que o presidente julgue a oportunidade de soltá-las. A partir da semana que vem, já vamos poder, de acordo com a decisão do presidente, tomar as primeiras medidas de proteção à indústria e agricultura nacionais”, concluiu.

Fonte: Redação Terra
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