PUBLICIDADE

Política

Doleiro diz que Lula cedeu a pressões para indicar Costa

9 out 2014 - 20h57
(atualizado às 22h20)
Compartilhar
Exibir comentários

Em depoimento prestado à Justiça Federal do Paraná, o doleiro Alberto Yousseff – envolvido em um esquema de desvio de recursos da Petrobras - afirmou que Luiz Inácio Lula da Silva teve que ceder a pressões políticas para indicar Paulo Roberto Costa à frente da diretoria de abastecimento da estatal.

“Para que Paulo Roberto Costa assumisse a diretoria de abastecimento, esses agentes políticos trancaram a pauta no Congresso por 90 dias. O Lula ficou louco, teve que ceder, e realmente teve que empossar Paulo Roberto Costa na diretoria de abastecimento”, afirmou o doleiro, que não pode citar nomes de políticos, que passariam a ter foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF), e que por esse motivo, ao judiciário federal, refere-se a estas pessoas como agentes políticos.

Ainda de acordo com o depoimento de Yousseff, não era apenas a diretoria de abastecimento que possuía esquemas para desvio de recursos, algo considerado comum entre os dirigentes da empresa. “Acredito que em todas”, disse o doleiro, quando indagado no depoimento. “Eu não operei em outra diretoria, mas sei que existiam (esquemas de desvio) nos mesmos moldes em outras diretorias (...) em todas as áreas, tanto na área internacional, quando na área de serviço”.

O esquema contava ainda com a participação de empresários, de empresas e de diretores de empresas, que recebiam uma comissão secundária em cima das vendas feitas para a estatal. Yousseff era o responsável por fazer a partilha das comissões e dos repasses, cujos valores variavam entre 1% e 2%, dentre os quais, 60% eram destinados para partidos políticos envolvidos no esquema.

Ao final de seu depoimento, Youssef se defende dizendo que era apenas o operador, e não o criador do esquema de desvios. “Eu não fui o criador dessa organização, eu simplesmente fui uma engrenagem, para que pudesse haver os recebimentos e os pagamentos de agendes públicos”, finalizou.

O Instituto Lula foi procurado pelo Terra, mas até a publicação da matéria não havia respondido.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade