Cela da PF onde Bolsonaro vai cumprir pena tem frigobar, ar-condicionado e 12 metros quadrados; veja
Ex-presidente começará a cumprir pena de 27 anos e três meses de prisão por envolvimento na trama golpista
Jair Bolsonaro começará a cumprir pena de 27 anos e três meses em cela da PF em Brasília, equipada com cama de solteiro, frigobar e ar-condicionado, por envolvimento em trama golpista.
O ex‑presidente Jair Bolsonaro (PL) deu início ao cumprimento de sua pena de 27 anos e três meses de prisão nesta segunda-feira (25), após o Supremo Tribunal Federal (STF) encerrar o processo que o condenou por liderar uma tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro permanecerá detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, local onde está desde o último sábad, 22, após tentar violar a tornozeleira eletrônica.
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O local consta na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, publicada nesta terça-feira, 25. A cela onde ele está fica em um local isolado dos demais presos e recebeu sua atual estrutura após uma reforma realizada nos últimos meses.
Segundo informações do Estadão, o espaço foi preparado pela PF diante da possibilidade de uma eventual prisão preventiva do ex-presidente.
A cela foi equipada com um banheiro privativo, além de cama, uma mesa com cadeira, ar-condicionado, televisão e frigobar. O espaço tem aproximadamente 12 m² e fica próximo de uma área onde o ex-presidente poderá tomar banho de sol. Veja como é:
Outros condenados na trama golpista
O ministro Alexandre de Moraes também determinou, nesta terça-feira, 25, o início do cumprimento da pena dos generais da reserva Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, condenados por envolvimento na trama golpista, juntamente com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Além da execução da pena do general Braga Netto, que já está detido em quartel no Rio de Janeiro. Ele, que foi condenado a 26 anos de prisão, permanecerá no mesmo local onde já estava preso.
A defesa de Braga Netto, assim como a de Almir Garnier, recorreu a embargos infringentes, que preveem o reexame do caso. Esse recurso, porém, só é aceito quando há mais de um voto pela absolvição. Durante o julgamento na Primeira Turma, apenas o ministro Luiz Fux divergiu.
O ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos cumprirá a pena de 24 anos na Estação Rádio da Marinha, em Brasília.
Defesas pegas de surpresa
A declaração de trânsito em julgado surpreendeu as defesas, segundo apurou o Estadão. Os advogados planejavam apresentar outro tipo de recurso, os chamados embargos infringentes, e acreditavam ter prazo até 3 de dezembro para isso.
De acordo com a jurisprudência do STF, os embargos infringentes só são cabíveis quando há divergência de pelo menos dois votos na turma, o que não ocorreu neste caso. O ministro Luiz Fux foi o único integrante da Primeira Turma a votar pela absolvição de Bolsonaro e de seus aliados.
O STF decidiu não esperar que as defesas recorressem e reconheceu que as condenações já são definitivas. As defesas contavam que o Supremo aguardaria todas as possibilidades de recurso antes de declarar o trânsito em julgado e autorizar a execução das penas.

